O PDT nacional, presidido pelo deputado André Figueiredo, encerrou a vigência do diretório do partido no Ceará, também presidido pelo parlamentar, no mesmo dia em que o grupo aliado ao senador Cid Gomes no PDT anunciou ter conseguido o número de assinaturas suficientes para convocar o colegiado e eleger uma nova presidência do partido no Ceará.
Com a decisão, o apoio conquistado pelo senador perde a validade, e Figueiredo, mesmo deixando a presidência da sigla no Ceará, mantém sua influência no diretório do Estado.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa de Figueiredo e por aliados do senador Cid Gomes, que prometem judicializar o impasse sobre o comando do partido.
O movimento tomado pelo PDT Nacional alterou a validade do diretório estadual no sistema da Justiça Eleitoral, antecipando de 31 de dezembro deste ano para 5 de outubro. Nesta sexta-feira (6), foi nomeada a comissão provisória presidida por Cristhina Brasil.
O Diário do Nordeste teve acesso a uma notificação extrajudicial enviada pelo senador Cid Gomes a Manoel Dias, secretário da Executiva Nacional do PDT. No documento, o parlamentar questiona "quais as razões de fato e de direito levaram a repentina alteração nos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral, atribuindo o status de inativo ao Diretório Estadual do PDT-CE, bem como de seus membros".
No texto, Cid diz que foi surpreendido "com a informação constante no site do TSE de que o Diretório Estadual desta agremiação, no Estado Ceará, foi 'inativado por decisão do partido”', em 05/10/2023".
O político ressalta ainda que o PDT Ceará está "em plena atividade partidária e no regular exercício de suas funções, inclusive com realização de reuniões e demais atos partidários pertinentes, fato público e notório, de farta cobertura dos órgãos de imprensa".
Em nota, a direção nacional do PDT informou que, a partir desta sexta-feira (6), uma comissão provisória passa a comandar a sigla no Estado. O grupo conta com 12 integrantes, sendo seis homens e seis mulheres.
Além de Cristhina Brasil, que irá presidir a comissão, o grupo terá ainda o ex-senador, professor Flávio Torres como vice-presidente, além do presidente do movimento negro nacional, Ivaldo Paixão, representantes do PDT diversidade, juventude e membros do interior do Estado.
Na nota, a nova presidente da legenda diz que buscará o "equilíbrio para uma gestão compartilhada e democrática, composta pela representação parlamentar, os movimentos sócio-políticos e a militância aguerrida filiada ao nosso PDT do Ceará”.
Ainda conforme o PDT nacional, o grupo está com a missão de "consolidar uma desejada pacificação" na sigla.
"Uma comissão provisória se justifica pelo fato de que o mandato do diretório estadual, eleito em 5 de outubro de 2019, havia expirado, depois de ter sido prorrogado por dois anos, encerrando-se na quinta-feira, dia 5 de outubro", conclui a nota.