O presidente da Bolívia, Luis Arce, foi expulso do partido político MAS (Movimento ao Socialismo), com o qual venceu as eleições de 2020. Segundo a legenda, ele se “auto-expulsou” por não comparecer ao congresso da sigla, realizado em 3 e 4 de outubro. Outros militantes do MAS leais a Arce foram desligados do partido –entre eles, o vice-presidente David Coquehuanca.
Durante o evento, o ex-presidente do país Evo Morales, antigo aliado e agora adversário de Arce, foi confirmado como líder do MAS e candidato nas primárias da sigla –a Bolívia realiza eleições presidenciais em 2025. As informações são da agência AP (Associated Press).
Arce se distanciou da cúpula do partido alguns dias antes do congresso. Para o presidente boliviano, as organizações sociais não estavam representadas na legenda. O presidente, até o momento, não comentou a decisão.
O chefe do Executivo boliviano se elegeu com o apoio de Morales, mas eles se distanciaram ao longo do tempo. Morales e os ministros de Arce mantêm ataques constantes mútuos. Ao anunciar a intenção de candidatura, o ex-presidente citou nominalmente os ministérios da Presidência e do Governo. Falou que o objetivo da gestão atual é entregar a Bolívia aos Estados Unidos. Em outra ocasião, também acusou a equipe de Arce de corrupção.
Em seu perfil no X (antigo Twitter), Morales lamentou a decisão de “alguns irmãos que se excluíram e não compareceram ao histórico” congresso.
“Aqueles que não aceitam os estatutos, não contribuem ou permitem contribuições e não respeitam a convocação deste congresso legal e legitimamente supervisionado pelo Tribunal Supremo Eleitoral, não podem ser chamados de militantes”, escreveu o ex-presidente.
Em outra publicação na rede social, Morales disse que “a unidade, a determinação, a consciência e a dignidade da militância do MAS-IPSP prevaleceram sobre os atos desesperados que tentaram em vão sabotar” a realização do congresso.