O petista se posicionou contra as sanções aplicadas à Rússia após a invasão à Ucrânia. Contudo, não citou nominalmente o país de Vladimir Putin. Indiretamente, Lula disse, em tom crítico, que “as sanções unilaterais causam grande prejuízos à população dos países afetados“.
Além disso, em defesa da ditadura cubana, afirmou que “o Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo”.
Lula ainda enumerou uma série de conflitos que têm desafiado a paz, a democracia e os direitos humanos. Contudo, não elencou entre eles as arbitrariedades que ocorrem nas ditaduras da Venezuela e da Nicarágua.
O petista disse que “é perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças. Bem o demonstra a dificuldade de garantir a criação de um Estado para o povo palestino“. E continuou: “A este caso se somam a persistência da crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen, as ameaças à unidade nacional da Líbia e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão. Na Guatemala, há o risco de um golpe, que impediria a posse do vencedor de eleições democráticas“.
Embora tenha defendido ditaduras, Lula falou em defesa da liberdade de imprensa. Além disso, o petista ilustrou seu zelo por tal liberdade citando o caso de Julian Assange.
“É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista, como Julian Assange, não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima“, disse o brasileiro, embora seu partido defenda a perseguição ao jornalista brasileiro, Allan dos Santos, exilados nos EUA.
Ademais, Lula também levou questões de política interna para a assembleia. O petista não poupou a assembleia de um clima de lavagem de roupa suja, reproduzindo a narrativa contra o governo que o antecedeu, de Jair Bolsonaro.
“Se hoje retorno na honrosa condição de presidente do Brasil, é graças à vitória da democracia em meu país. A democracia garantiu que superássemos o ódio, a desinformação e a opressão“. E completou: “o Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo. Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta“.