Ontem (27.08), uma amiga minha de WhatsApp me enviou um vídeo onde Lula aparece com os líderes dos BRICS, ou seja, o bloco econômico de esquerda. Nele, a legenda "QUANDO UM CHEFE DE ESTADO É REALMENTE RESPEITADO! TODO MUNDO ORBITANDO EM VOLTA DELE". Escrevi: " Só os líderes de 4 países comunistas" e mandei aquele meme da Dilma rindo com a dentadura na mão.
É impressionante a capacidade que a esquerda tem de ver o maxixe e enxergar uma melancia. Em sua miopia ideológica, enxerga o mundo a partir do fundo de uma garrafa de vidro.
Creio que minha amiga não lembra - já sabemos que a memória esquerdista é seletiva - do isolamento de Lula no G7 enquanto Zelensky, o presidente ucraniano, era alvo de todas as atenções.
Aliás, a participação de Lula nos BRICS demonstra o tipo de "democracia" que o petista defende: a "democracia relativa" que nada mais é que a ditadura sobre o proletariado no melhor estilo stalinista.
A política internacional de Lula é marcada pelo seu alinhamento com ditaduras genocidas - que ele tanto quer implantar no Brasil e não consegue - acusadas nos tribunais de crimes contra a humanidade.
Lula é aliado de Vladimir Putin (Rússia), invasor da Ucrânia que promove massacre de civis e estupro de mulheres; de Xi Jinping (China), que encarcera dissidentes em massa, massacra manifestações e persegue implacavelmente cristãos; de Nicolás Maduro (Venezuela), que assassina, prende, tortura e estupra opositores e impede as maiores lideranças da oposição de participarem do processo eleitoral; de Daniel Ortega (Nicarágua), que assassina opositores, prende e exila padres, fecha rádios católicas e mata e exila homossexuais; de Miguel Díaz-Canel (Cuba), chefe herdeiro de um regime que reprime manifestações, encarcera opositores, proíbe a liberdade de manifestação artística e massacra homossexuais; e por aí vai a pisada do petista.
Dentro de sua posição, o presidente brasileiro, em Luanda, capital de Angola, elogiou a imprensa do País por ser "comportada". Disse tal absurdo ao lado do seu amigo João Lourenço, o presidente ditador daquele país. Lourenço foi reeleito em agosto do ano passado pelo Movimento Pela Libertação da Angola (MPLA), que governa o País há 47 anos, através de um processo eleitoral "suspeito". MPLA chegou ao poder através da força e é citado na canção Morena de Angola de Chico Buarque.
A declaração de Lula foi uma zombaria à imprensa angolana que vive sob o tacão da censura. É como disse João Malavindele (diretor executivo da ONG OMUNGA) ao portal alemão DW África: "Falar de liberdade de imprensa num país onde o Estado detém o monopólio da imprensa, com todo respeito pelos estudos, mas a realidade mostra outra coisa. Somos todos controlados a partir das redes sociais. O país está a caminhar para uma ditadura do que propriamente para uma democracia que tanto almejamos. Gostaríamos que gozássemos das nossas liberdades constitucionais. Mas infelizmente não está acontecer. A liberdade de imprensa começa a ser alvo do regime, para a sua manutenção no poder".
Assim, a "democracia relativa" de Lula não é a ditadura do proletariado, como preconizou Karl Marx, mas a ditadura do lulopetismo sobre todo o povo, inclusive o proletariado. Só um cego ideológico não enxerga esta verdade. Mas o que fazer se a chama que direciona o séquito idólatra é a mancha opressora da escuridão?