A Justiça determinou a penhora das contas bancárias do pagodeiro Netinho de Paula. De acordo com o Poder Judiciário, o cantor tem de devolver R$ 193 mil aos cofres públicos da capital paulista.
Então filiado ao PCdoB, Netinho exerceu mandato de vereador em São Paulo de 2009 a 2012. Em 2016, ele foi condenado por improbidade administrativa. De acordo com a Justiça, ele emitiu notas fiscais falsas para obter reembolsos — com dinheiro dos pagadores de impostos — em serviços que não chegaram a ser prestados, além de usar a cota para comprar equipamentos de informática para uso pessoal, conforme informa o site UOL.
Apesar de negar as acusações, o ex-vereador paulistano acabou condenado, primeiramente, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e por instâncias superiores. Em 2020, o valor a ser pago por ele pela condenação por improbidade administrativa girava em torno de R$ 275 mil, já considerando juros, multa e correção monetária.
Como o pagodeiro não pagou todas as parcelas acordadas inicialmente, o Judiciário determinou a penhora das contas bancárias na tentativa de reaver quase R$ 200 mil aos cofres público. A juíza Carmen Cristina Fernandez Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, foi responsável pela decisão contra Netinho. A ordem se deu na semana passada.
Netinho de Paula, pagodeiro condenado pela Justiça por improbidade administrativa, chegou a ser reeleito vereador de São Paulo, em 2012. Ele, contudo, não exerceu o mandato porque foi escolhido pelo então prefeito Fernando Haddad (PT), hoje ministro da Fazenda, para ser secretário municipal da Promoção da Igualdade Racial.
Quando foi escolhido secretário de Haddad, Netinho de Paula ainda não havia sido condenado por improbidade administrativa. O pagodeiro, contudo, já tinha problemas com a Justiça e a polícia. Isso porque em 2005 ele agrediu com socos a sua então mulher, Sandra Mendes de Figueiredo. Meses depois da agressão, ele deixou a Record TV, emissora onde apresentava o programa Domingo da Gente.
O fato de espancar uma mulher não impediu, anos mais tarde, de Netinho ser agraciado com emprego em gestão petista. Além disso, em 2010, antes de se tornar secretário de Haddad, ele contou com Luiz Inácio Lula da Silva como cabo eleitoral. Na ocasião, Lula, que estava na reta final de seu segundo mandato como presidente da República, pediu votos para o cantor — que se candidatou ao cargo de senador pelo Estado de São Paulo e acabou a disputa na terceira colocação, sem se eleger.