O julgamento de Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou com voto para condená-lo. Depois de quase três horas de leitura, o relator Benedito Gonçalves votou, na noite desta terça-feira, 27, para que Bolsonaro fique inelegível por oito anos — prazo a contar a partir das eleições do ano passado.
De acordo com Gonçalves, Bolsonaro cometeu prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Depois do fim da leitura do relator, a sessão foi interrompida pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. O julgamento sobre a inelegibilidade do ex-presidente da República terá sequência na quinta-feira, 29, a partir das 9 horas — na ocasião, o ministro Raul Araújo vai ler seu voto.
Além de Gonçalves e Araújo, o destino político de Bolsonaro caberá a outros cinco ministros do TSE:
A possibilidade de inelegibilidade do ex-presidente da República — e atual presidente de honra do Partido Liberal (PL) — chegou ao TSE a partir de ação por parte do PDT. De acordo com o partido de esquerda, Bolsonaro atentou contra a democracia e espalhou fake news ao se reunir, em Brasília, com embaixadores, em julho do ano passado. Na ocasião, o então mandatário do país criticou o sistema eleitoral brasileiro e sinalizou não ter confiança plena nas urnas eletrônicas. O encontro contou com transmissão pela TV Brasil e por plataformas de redes sociais.
Na ação, o PDT também pede a inelegibilidade do general Walter Braga Netto (PL), ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e que concorreu como vice-presidente da República na chapa encabeçada por Bolsonaro. Benedito Gonçalves, contudo, votou para absolver Braga Netto.