Mesmo nestes tempos de medo, ameaças, censura e o ovo da serpente da ditadura se formando, há ainda, aqui e ali, alguns brasileiros que têm coragem para enfrentar os que estão mandando, desmando, pisoteando a Constituição e virando de cabeça para baixo, os verdadeiros valores do povo brasileiro. São vozes cada vez mais isoladas, mas ao menos ainda as há.
O senador Marcos Pontes, nosso astronauta, orgulho da Nação e que tem o respeito do povo brasileiro, ao contrário dos que, impondo um governo paralelo, judicializaram o país, querendo até tolher o sagrado direito à opinião, é um destes personagens que, sem temor, porque nada devem, estão se insurgindo contra esse estado de coisas. Os poderosos o ouvem silentes, porque não há como responder.
Num discurso no Senado, Pontes fez um resumo da triste situação que nosso Brasil vive hoje.
Leia alguns dos trechos:
"Eu vim aqui hoje com uma certa preocupação. Estamos vivendo num país onde o crime é exaltado e muitas vezes apoiado. Onde presos, depois de cometerem todos os tipos de atrocidades, têm direitos e regalias que, muitas vezes, são mais do que os trabalhadores têm. Onde pessoas são soltas e aplaudidas, mesmo depois de terem sido condenadas em um processo legal completo, com provas e julgamentos por dezenas de juízes, em diversas instâncias. Onde o direito à propriedade não tem sido respeitado. Onde criminosos invadem terras, casas, prédios, com a certeza da impunidade. Onde não existe mais um processo legal correto e completo. Onde a investigação, denúncia, julgamento e punição são, muitas vezes, concentrados em uma só instância, sem direito à defesa completa ou ampla. Onde um cartão de vacinação justifica busca e apreensão e, ao mesmo tempo, helicópteros de traficantes são devolvidos aos bandidos. Onde a imparcialidade da Justiça torna-se irrelevante e duas pessoas ou duas instituições, acusadas do mesmo crime, têm tratamento diferente. Onde a "democracia", entre aspas aqui, faz parte do mesmo discurso que permite que uma pessoa, sozinha, sem nunca ter sido eleito pelo povo , modifique uma lei criada e aprovada por quase 600 representantes legítimos, eleitos pelo voto de milhões de brasileiros!".