O racismo, assim como todas as outras formas de violência contra a dignidade humana, é desprezível e anacrônico. A dominação de uma etnia ou de uma cor de pele sobre outra ou outras é inadmissível. Entretanto, como tudo que circunda o espectro ideológico da esquerda, a defesa do combate ao racismo vem tomando uma outra dimensão e um outro direcionamento e construindo uma nova forma de racismo.
Essa afirmação não é mera retórica, pois pode bem ser constatada nas políticas pseudoafirmativas de alguns movimentos negros ou engajados na causa negra. São políticas deliberadas que acabam por desacreditar o próprio movimento negro, pois substituem a política de igualdade racial e valorização da negritude por uma política de culpabilização totalizante e estigmatização crescente da população branca.
Há dois dias, publiquei uma matéria da Pleno.News acerca de uma publicação da startup Afru que afirma que beber café é um ato de racismo, assim como também é racismo o ato de beber leite.
Segundo a Afru, "os brancos roubaram cruelmente o café dos negros e pardos" e beber uma xícara desse precioso líquido é um ato de "supremacia branca". Quanto ao leite, afirma que os brancos usam "a bebida branca como símbolo de sua pele". Diante de tamanha estupidez, fico a me perguntar: "Quando como feijoada, estou degustando uma comida que roubei do povo negro ou prestigiando a supremacia da pele negra?".
Eis que agora aparece uma matéria imbecil de um jornalista imbecil chamado Sammy Roth, do Los Angeles Times, baseada em um trabalho acadêmico imbecil de um imbecil chamado Geoff Boeing, publicado imbecilmente na revista Urban Studies, afirmando que os brancos poluem o ar dos negros, pois a maioria das pessoas que possuem carro na cidade tem pele clara.
Uma pergunta estúpida para uma uma linha de raciocínio estúpida: Será que na África a maioria das pessoas que possuem carro tem a pele branca? Pelo que entendi, na África, a poluição dos veículos automotores não é um caso de racismo.
A grande verdade é que se está consolidando - em nome da defesa das minorias, dos excluídos - uma forma de racismo reverso que, pelo que temos presenciado, pretende se estabelecer enquanto ideologia hegemônica no conjunto da sociedade.
Não se pode negar a existência do racismo. Seria como negar a luz do sol. Mas substituir um racismo por outro - como muitas vezes acontece nas periferias - é dar continuidade à estupidez que flagela a tessitura social combalida da sociedade coetânea.
Brancos, negros, vermelhos, amarelos e pardos formam uma só raça: a humana.