O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF), criticou a decisão do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, de prender o doleiro Alberto Youssef novamente.
“Novo juiz da Lava Jato se diz garantista e imparcial, mas decretou prisão de Youssef ‘de ofício’, sem provocação do Ministério Público ou polícia — algo que garantistas condenam como indevido, e, aliás, Moro nunca fez na Lava Jato”, escreveu Dallagnol, em seu Twitter.
Sergio Moro (União Brasil), atualmente senador pelo Paraná, foi o juiz responsável por condenar Youssef. Ele foi preso na primeira fase da Operação Lava Jato, em março de 2014.
Dallagnol ainda colocou em dúvida a imparcialidade do novo juiz da operação. “Ao mesmo tempo em que prendia Youssef numa decisão bastante, vamos dizer, ‘econômica’ nos fundamentos, revogou prisão preventiva do réu foragido Tacla Duran, cultuado pela esquerda por ter atacado a Lava Jato. Vai vendo”, completou.
O advogado Rodrigo Tacla Duran teve o mandado de prisão preventiva revogado pelo juiz na semana passada.
A ordem havia sido decretada por Moro em 2016. Tacla Duran foi apontado pelo MPF como operador financeiro de esquemas da Odebrecht.
Na decisão, Appio argumentou que a Constituição Federal prevê a presunção de inocência e que a prisão cautelar é medida excepcional. O magistrado citou ainda decisões do Supremo Tribunal Federal que declararam inválidas provas apresentadas por delatores da Odebrecht, e fez com quem o ministro Ricardo Lewandowski suspendesse processos da Operação Lava Jato baseados nessas provas.