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Política

Desmoralização do Ciro, coerência da ex-vice de Tebet

Ciro Ferreira Gomes: A desmoralização de uma liderança. Sem governo, sem votos e agora sem palavra.

Publicada em 10/10/22 às 09:09h - 285 visualizações

Fábio Souza Tavares


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Desmoralização do Ciro, coerência da ex-vice de Tebet
Ciro Gomes e Mara Gabrilli  (Foto: Fotomontagem/Fábio Souza Tavares)

Ciro Gomes (PDT) passou os últimos quatro anos dizendo que Lula (PT) ficou ultrapassado e que tinha virado o maior corrupto da História do Brasil. Disse que viu o ex-presidente se corromper e que novamente jamais votaria nem pediria voto para ele que, em suas palavras, montou o maior esquema de corrupção já visto no Brasil (VEJA O VÍDEO).

Derrotado no Ceará e tendo a mais baixa votação de sua participação nas eleições presidenciais, Ciro voltou atrás e decidiu seguir a orientação da cúpula nacional do PDT em apoiar Lula no 2º turno. Ao trair suas palavras, Ciro traiu aqueles que nele votaram no 1º turno, que não se renderam à cantilena do voto útil e que pensaram que o pedetista era um homem de palavra.

Ao contrário de Ciro que em um dia manchou uma trajetória recente de quatro anos, a senadora Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo e que foi vice de Simone Tebet (MDB), decidiu não apoiar nem o petista nem o presidente Bolsonaro (PL). "Não posso apoiar o Lula; ele dilacerou o Brasil", disse a senadora. Para ela, apoiar o petista seria uma contradição. Contradição que Ciro Gomes engoliu a contragosto, mas engoliu.

Para Gabrilli, apoiar o ex-presidente seria trair a memória do seu pai, o empresário Luiz Alberto Gabrilli que foi extorquido na gestão do petista Celso Daniel, prefeito de Santo André, no ABC paulista (à época ele era coordenador da campanha presidencial de Lula em 2002).

Celso Daniel foi assassinado em 2022. Segundo o publicitário Marcos Valério, um dos articuladores do Mensalão, o assassinato do prefeito foi encomendado por Lula e o dinheiro extorquido dos empresários pelo supracitado governo municipal paulista fazia parte de um esquema entre o PT e a organização criminosa PCC.

Celso Daniel começou a se contrapor, em um determinado momento, a esse esquema. Daí o seu assassinato. Esse assunto voltou à tona com a entrevista da senadora Gabrilli - que compôs chama majoritária presidencial com Tebet - à revista Veja. Ao que parece, o fantasma do ex-prefeito petista poderá voltar a assombrar o chefe maior do PT.

Ao que também parece, Ciro pode ser um futuro ministro de Lula. Depois de perder o governo do Ceará na cisão entre seu partido e o PT, Ciro ficou a ver navios. É claro que ele disse que apoiará o ex-presidente sem aceitar nenhum ministério. Mas não foi ele que há dez dias dizia que jamais apoiaria Lula novamente? Quão triste é uma liderança se perder nas palavras e ficar desacreditado!





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