Conhece aquela história do cara que foi na delegacia denunciar que comprou uma lata na boca mas o traficante só colocou meia? Pois é. Uma história que circula há dois dias nas redes sociais me lembrou dela.
Pessoas foram às redes sociais denunciar o candidato a deputado federal pelo Ceará Yury do Paredão por não cumprir o acordo da compra dos votos. Vixe! Segundo as denunciantes, conseguiram quantidade X de votos comprados, mas o candidato só quer pagar a quantidade Y. Vixe!
Existe nesse enredo dois casos de corrupção ativa e dois casos de corrupção passiva, pois se o Yury está comprando votos é corruptor ativo. Quem está comprando votos para receber de Yury é corrupta(o) passiva(o) em relação ao candidato e ativa(o) em relação ao eleitor comprado. Este último, por sua vez, participa da corrupção passivamente.
Esse caso demonstra a fragilidade do processo eleitoral, pois democracia comprada não é democracia; e demonstra um jogo de dois pesos e duas medidas. O mandato do vereador juazeirense Davi Araújo foi cassado por compra de votos, mas o que está sendo feito em relação a Yury? É melhor prevenir que remediar, dizem os médicos. Ou seja, para a saúde do processo eleitoral democrático bem mais vale apurar agora do que depois do fato consumado. Portanto, Polícia Federal e Justiça Eleitoral para apurarem as denúncias.
Essa situação mostra também o nível de consciência de uma parcela do povo brasileiro que enxerga crime eleitoral como trabalho político. Denunciar em redes sociais que não receberá do candidato o valor total pelos votos que comprou para ele é no mínimo uma falta de compreensão do verdadeiro significado da corrupção.
Comprar votos para um candidato não é trabalho político, mas sim crime eleitoral.
Que as denúncias sejam investigadas com celeridade. Que as eleições sejam um processo de escolha livre e verdadeira.
A vereadora deve ser afastada tbm em breve já que a denuncia de compra de votos da eleição dela está em andamento pela justiça eleitoral. Teremos novos enredos em breve!