Quem olha para Cid Gomes (PDT) hoje percebe logo que não é aquele Cid da retroescavadeira. O senador voltou à cena abatido depois de meses de licença política, crise e reclusão.
De novo em liberdade, não saiu ileso do seu claustro pessoal. Dividido entre o irmão Ciro Gomes (PDT) e o pupilo Camilo Santana (PT), com quem poderá encontrar-se mais constantemente no Senado, segundo as pesquisas, o senador pedetista retorna à cena sofregamente.
Depois de declarar voto em Camilo, prestar solidariedade à governadora Izolda Cela e dizer que foi contra a divisão entre PT e PDT no Ceará, Cid esteve ontem (03) pela manhã em Sobral/CE para apoiar publicamente a candidatura do irmão à presidência da República. Quanto à sucessão ao Palácio da Abolição, declarou que assumirá postura no segundo turno.
Entre o irmão e o pupilo, Cid prefere a reconciliação e espera ser o anjo decaído responsável pela aliança quebrada. Daí não querer comprometer-se com Elmano (PT) nem com Roberto Cláudio (PDT) no primeiro turno, já que almeja juntar pedetistas e petistas no segundo turno contra o Capitão Wagner (UB).
A tendência atual é que o ex-prefeito de Fortaleza vá para o segundo turno com o Capitão. Elmano, desconhecido da população cearense interiorana, continua sendo um poste carregado por Camilo e embalado pela figura de Lula. Ao que parece, Cid vestirá a camisa do candidato majoritário do seu irmão no Ceará.