As mulheres representam 52,5% do eleitorado brasileiro. Entretanto, sua participação nos parlamentos nacional e estaduais é imensamente desproporcional. Mesmo com o aumento de mais de 50% de mulheres eleitas em 2018, o número continua distante do peso que tem o eleitorado feminino.
No Congresso Nacional, as deputadas federais representam 15% do total de vagas, sendo 77 em um total de 513 cadeiras. No Senado, representam 14,8%, ou seja, 12 senadoras em meio a 81 cadeiras.
No Ceará, contrariando a dinâmica nacional, foram eleitas 6 deputadas estaduais que representam 13% do total de 46 parlamentares. Representando 52,98% do eleitorado cearense, as mulheres tiveram a perda de uma cadeira em relação ao mandato anterior.
Mas se o número de mulheres caiu na Assembleia Legislativa cearense, essa perda foi mais significativa para a representatividade feminina em Juazeiro do Norte/CE que já teve duas deputadas estaduais em um único mandato (Íris Tavares e Ana Paula Cruz) e hoje não possui nenhuma.
Pela legislação eleitoral, os partidos devem apresentar 30% de candidaturas femininas. Entretanto, para muitos partidos, tal composição se trata meramente de uma composição formal. Daí chapas de vereadores serem cassadas nos municípios cearenses pelo fato das candidatas apresentadas nas eleições de 2020 terem sido candidatas de fachada escolhidas somente para cumprir com a proporcionalidade exigida.
Nessas eleições, Juazeiro do Norte apresenta candidaturas femininas para os parlamentos estadual e nacional. Existem bons nomes como o da Dra. Cássia Saldanha (MDB), biomédica com especialidade em citopatologia ginecológica, e a professora Inês (PODE), uma pessoa que teve a vida devotada à Educação.
Evidentemente não basta ser mulher para bem representar o eleitorado feminino. Isso seria sexismo barato. Que valerá para Juazeiro do Norte ter uma ou duas deputadas corruptas sem interesse pelas reais necessidades da população e sem projetos para apresentar?
O eleitorado juazeirense precisa de mulheres capacitadas, com metodologia racional para criação de novos projetos que reverberem benefícios para a sociedade, em geral, e para as mulheres, em particular. Mulheres com capacitação técnica e formação política para exercer suas representações com compromisso e entrega à causa humana objetivando a elevação dos índices positivos em áreas importantes como Saúde, Educação e Economia em busca permanente do aperfeiçoamento da cidadania.
É preciso combater a desigualdade sexista. Juazeiro do Norte faz parte dessa luta.