A direção do PT e o comando da campanha de Lula estão preocupados com a performance do candidato nos debates. Segundo avaliação interna, o ex-presidente ficou aquém do desempenho esperado para o debate na Band.
Visivelmente nervoso e com dificuldades físicas, Lula não deu a resposta esperada quando confrontado pelo presidente Bolsonaro (PL) sobre a corrupção de seu governo na Petrobras. Aliás, o petista foi atacado e taxado de corrupto por todos os outros cinco candidatos.
Além de não se sobressair das acusações sobre os escândalos de corrupção, Lula tergiversou várias vezes e mentiu apresentando dados econômicos e sociais sendo, por conta disso, atacado por outros candidatos que afirmaram que o país maravilhoso apresentado pelo ex-presidente à época que governava o Brasil só existe na cabeça dele.
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, definiu a performance de Lula no debate como "satisfatória", definição essa acanhada para um partido que tem verdadeira adoração por seu candidato à presidência.
Diante da atual compreensão do lulopetismo de que o seu candidato não conseguiu uma performance exitosa, Gleisi afirmou que o comando da campanha vai "avaliar convite a convite" para decidir se Lula vai ou não ao debates propostos.
A presidente do PT disse que "quer discutir um pouco o formato" dos próximos debates e taxou o da Band de "muito engessado", pois deixou Lula sem conseguir falar. O interessante é que o comando da campanha do petista e a direção do partido já conheciam antecipadamente todas as regras e em nenhum momento fizeram esse questionamento que só veio depois da fraca performance do presidenciável.
Depois do debate da Band, o comando da campanha de Lula ficou tão apreensivo que, além da avaliação sobre os convites para futuros debates, querem avaliar até mesmo os convites para as entrevistas.
Ciro Gomes (PDT) X Lula: Depois da queda, o coice
Acuado logo no início por Bolsonaro, Lula tentou recorrer a Ciro por ocasião da pergunta de um jornalista acerca da unidade da esquerda brasileira, já que a relação entre o petista e o pedetista está bastante estremecida.
Lula tentou conquistar Ciro ao afirmar que ele era uma das três pessoas no Brasil por quem tem profunda deferência.
Ciro, em tom sarcástico e com um riso irônico, disse que Lula é um "encantador de serpentes" e chamou a atenção para a malandragem do presidente que tenta enrolar as pessoas levando tudo para o lado pessoal, o que despolitiza o debate.
Ciro não poupou munição acusando Lula de corrupção e de ter criado a maior crise econômica do País, crise essa que foi herdada por Bolsonaro.
Apesar de Lula afirmar, depois das críticas de Ciro, que pretende sentar com o pedetista e angariar seu apoio, não conseguiu êxito em sua nova investida. A postura final do ex-governador do Ceará mostrou que não há espaço para apoiar um candidato que ele chama de o maior corruptor da História do Brasil.
Evidentemente a campanha do ex-presidente tem um grande problema: mesmo com a malandragem de Lula, seu jogo de cintura, seu apelo ao emocional, seus dados falsos e seu discurso ideológico de uma suposta prioridade aos menos favorecidos - argumento confrontado por Ciro no debate -, o comando da campanha petista não poderá apagar dos próximos embates entre os presidenciáveis os 14 anos de corrupção de Lula, do PT e seus aliados.