Com audiência menor que Bolsonaro (PL) e maior que Ciro Gomes (PDT), Lula (PT) teve, por parte de William Bonner e Renata Vasconcelos, o mesmo comportamento atencioso e respeitoso que foi dedicado ao pedetista, diferentemente da postura arrogante, agressiva e desrespeitosa em relação ao presidente da República.
Temas polêmicos não foram perguntados a Lula como a legalização do aborto, o fim do teto de gastos e a regulamentação da imprensa.
William Bonner, mesmo sabendo que o petista foi preso por lavagem de dinheiro e corrupção passiva após ser condenado em três instâncias, depois de esgotados todos os recursos, e por nove juízes, ainda teve a cara de pau dizer: "O senhor não deve nada à Justiça". Lula aproveitou a deixa para atacar a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro. Em verdade, o ex-presidente não foi absolvido de nenhum crime. Apenas seu julgamento foi anulado, a partir de uma decisão monocrática, porque o ministro Edson Fachin julgou a instância onde se deu o processo não era o foro adequado.
O petista, em um raríssimo momento de sinceridade, admitiu que houve corrupção na Petrobras: "Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram". Entretanto, em seguida, disse que chegando de novo à presidência combaterá a corrupção como se não fosse ele o chefe do esquema da Petrobras.
E assim caminha a TV Globo: atacando Bolsonaro, dando espaço para Ciro e defendendo Lula.