O candidato conseguiu responder aos questionamentos dos apresentadores, com poucas e breves interrupções, que eram seguidas por mais tempo para a resposta. Ciro falou à vontade, diferente do que ocorreu com o primeiro entrevistado, podendo até se dirigir aos telespectadores e adular políticos, como João Doria e Luciano Bivar.
Eloquente, Ciro aproveitou a fartura de tempo e as “bolas levantadas” pelos entrevistadores para marcar pontos. Foi bem na entrevista e nem poderia deixar de ser assim, considerando que tratava-se de um político habilidoso diante de jornalistas dóceis e colaborativos.
Além da habilidade de comunicação do candidato e da liberdade dada pelos apresentadores, Ciro aproveitou o espaço para vender um discurso fácil de que irá tirar dos ricos para dar para os pobres.
O comportamento de William Bonner e Renata Vasconcelos foi bem diferente daquele que tiveram com Bolsonaro, mas não foi menos vergonhoso. Se com Bolsonaro foi um show de horrores com caras e bocas, deboche e a interrupção sistemática do candidato, com Ciro Gomes houve colaboração e suporte ao candidato, transformando entrevista em horário eleitoral.
E mesmo sem a presença de Jair Bolsonaro, ainda houve espaço para uma fake news do apresentador William Bonner sobre o presidente no que se refere ao Auxílio Brasil. Bonner afirmou que o auxílio de 600 reais irá até dezembro, o que não é verdade. O Presidente da República Jair Bolsonaro já informou que o valor de 600 reais continuará em 2023, caso ele seja reeleito.