O presidente do PDT de São Paulo, Antonio Neto, decidiu se envolver no recente embate entre o ex-governador Camilo Santana (PT) e o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT). Após Camilo classificar como ataques recentes críticas de RC relacionadas às áreas da segurança e saúde do Estado, Antonio disse lamentar que o petista "assim como seus companheiros de partido, não aceita nada além de adesão cega e submissão".
Segundo o pedetista paulista, Roberto Cláudio não atacou Camilo. Fez somente "críticas aos problemas que o Ceará enfrenta atualmente, cuja responsabilidade evidentemente passa pela última gestão. Todos que governam podem e vão errar, e assumir os problemas é o passo mínimo para trabalhar para resolvê-los".
Em sabatina realizada pelo Uol/Folha de S.Paulo na última segunda-feira, 8, o candidato do PDT ao Governo do Ceará apontou falhas na gestão de Camilo, como a atuação das facções criminosas e filas para cirurgias nos hospitais públicos.
“Não são nem erros, são problemas não resolvidos. Porque não quero personalizar, nunca fiz política contra as pessoas, muito menos conseguirei ser desonesto no que acredito (...) mas é inegável que boa parte da população cearense vive assustada pelo poder perigoso, pernicioso, que as facções criminosas ainda exercem em muitas regiões”, destaca.
Roberto Cláudio tratou ainda da área da saúde: “O povo cearense amarga longas esperas com filas de cirurgias, exames e consultas que se agravaram, é verdade, no início da pandemia. E é preciso uma resposta de curto e médio prazo”, afirma.
Camilo não gostou do teor das declarações e rebateu o ex-aliado nas redes sociais. “Lamento que Roberto Cláudio já comece a campanha me atacando, simplesmente porque estamos em lados opostos nesta eleição. É mais digno assumir suas responsabilidades e não terceirizar culpa pelos problemas. Acredito que Elmano como governador será a pessoa certa para continuar, nossos projetos e melhorar o que precisa ser melhorado. Com verdade e respeito”, disse o candidato ao Senado nas eleições de 2022.
Na avaliação de Antonio Neto, o que motiva a reação de Camilo em relação a RC é "o inconformismo por um partido ter escolhido democraticamente seu próprio candidato". Em 18 de julho, o diretório estadual do PDT se reuniu e escolheu Roberto Cláudio como candidato ao Palácio da Abolição. O ex-prefeito derrotou a governadora Izolda Cela (sem partido), que tentava disputar reeleição.
Neto justifica o resultado alegando que o nome de RC é mais competitivo para enfrentar o candidato da oposição no Ceará, Capitão Wagner (UB). "A primeira pesquisa após a escolha de Roberto Claudio já o mostrou como o nome mais competitivo para derrotar o candidato de Bolsonaro, mais do que Izolda, que Camilo apoiou, mais do que Elmano, que Camilo agora apoia. Pregam união contra o fascismo, mas depende".