“Este ano, estou com Lula, e quem quiser minha ajuda pra (sic) fazer ele bombar aqui na internet, Tik Tok, Twitter, Instagram é só me pedir que (sic) estando ao meu alcance e não sendo contra lei eleitoral eu fare (sic)’, escreveu a cantora Anitta, em uma postagem publicada no Twitter, em 11 de julho.
Desde essa data, contudo, é o presidente Jair Bolsonaro que tem bombado nas redes sociais. Os dados constam em um levantamento inédito feito por pesquisadores da PUC-RJ, da UFF e da UFPR, com base em conteúdos publicados no TikTok, no Youtube e no Facebook na semana passada.
Publicada na quinta-feira 21, a pesquisa comparou vídeos protagonizados pelos presidenciáveis nas três plataformas e turbinados em audiência por seus admiradores.
Liderando as interações, Bolsonaro conquistou pouco mais de 7 milhões de visualizações no TikTok, em sua própria conta, contra cerca de 300 mil de Lula — uma vantagem 25 vezes maior entre apoiadores do presidente. A disparidade também foi expressiva em outros índices, sempre em desfavor de Lula e com benefícios para Bolsonaro: nas curtidas (554 mil ante 45 mil), nos compartilhamentos (45 mil contra 3 mil) e nos comentários (16 mil e 2 mil).
O mesmo ocorreu no YouTube. Um vídeo publicado pela Jovem Pan, repercutindo as falas de Bolsonaro sobre Anitta, teve 1 milhão de visualizações. Lula foi visto 95 mil vezes ao falar da cantora em seu canal na plataforma. Bolsonaristas deixaram 86 mil curtidas e 5,4 mil comentários. Lulistas conseguiram cinco mil likes e mil mensagens.
No Facebook, o efeito foi semelhante, com menor diferença entre os dois grupos. Um trecho dos comentários de Bolsonaro, publicado pelo deputado federal Nelson Barbudo (PL-MT), teve pouco mais de 480 mil visualizações e 20 mil comentários. Na página oficial de Lula, a “aliança” com Anitta teve 403 mil views e 11 mil mensagens dos usuários.
Lula comemorou o suporte de Anitta e disse que precisará “aprender alguns passinhos”. Já Bolsonaro concedeu uma entrevista à CNN Brasil em que ironizou a artista por defender a legalização da maconha (e sugerir que levaria a proposta a Lula) e ter afirmado que ocuparia o lugar de Paulo Guedes no Ministério da Economia.