As eleições de 2022 trarão 18 filhos, netos e sobrinhos de políticos tradicionais concorrendo aos governos estaduais. O Nordeste é a região que mais concentra esse viés oligárquico. Ou seja, onde Lula tem a maioria dos votos.
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), neto e filho de ex-governadores da Paraíba, tentará emplacar a terceira geração da família à frente do governo estadual.
Em Pernambuco, Marília Arraes (Solidariedade) tentará ocupar a cadeira Executiva que um dia foi do seu avô Miguel Arraes.
Em Alagoas, o pré-candidato homologado Rui Palmeira (PSD) é filho de ex-governador e neto de ex-senador.
No Piauí, o pré-candidato do PT ao governo é o empresário Rafael Fonteles, ex-Secretário do governador Wellington Dias (PT) e filho de ex-deputado federal.
Embora os exemplos se propaguem pelo Nordeste, também podem ser encontrados no Acre, no Pará e no Rio Grande do Sul. Em território gaúcho, o petista Edegar Pretto é pré-candidato ao governo estadual. Seu pai foi deputado estadual por seis vezes.
O Dr. Elton Gomes, cientista político da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica o fenômeno da seguinte maneira: "O clientelismo brasileiro é alicerçado em tradições familiares e famílias políticas poderosas. Isso se exacerba com movimentos que podemos chamar, grosso modo, de patronato político brasileiro".