A eleição ainda nem começou e o PSOL de Guilherme Boulos já rachou. Motivo: diretrizes eleitorais para 2022 implementadas pela direção nacional do partido que deliberaram apoio a Lula (PT) e Alckimin (PSB) e federação partidária com a Rede Sustentabilidade de Marina Silva.
A ruptura se deu ontem (01.06) quando um grupo de 139 membros (agora ex) do PSOL lançou uma carta intitulada "Ruptura com o PSOL". Entre os 139 que saíram do partido está o professor Dr. Plínio de Arruda Sampaio Júnior, filho de Plínio de Arruda Sampaio que em 1980 escreveu o estatuto de fundação do PT e foi um dos idealizadores dos núcleos desse partido.
Plínio de Arruda, o pai, rompeu com o PT em 2004, por entender que o governo Lula tinha traído a classe trabalhadora, e se filiou ao recém criado PSOL. Faleceu em 8 de julho de 2014.
Assim como o pai fez críticas severas contra a traição de Lula e ao seu aburguesamento, Plínio, o filho, juntamente com os outros 138 dissidentes, fez críticas contundentes ao PSOL e à sua direção que hoje tem como presidente o Juliano Medeiros, braço direto de Boulos.
A nota dos dissidentes critica o apoio do partido à chapa Lula/Alckimin, a quem chama de traidores históricos da classe trabalhadora, e a formação da federação partidária com a Rede, a quem chama de "partido ecocapitalista financiado pelo grande capital". Também acusa a direção nacional de ter traído as deliberações do Congresso nacional do partido que aprovou o não colaboracionismo de classes. Diz também que a federação não foi discutida com a base partidária.
Para o grupo, o PSOL traiu a essência que esteve presente em sua fundação cujo objetivo era se contrapor à degeneração petista e se apresentar como alternativa política para a classe trabalhadora. Plínio e seus pares também entendem que o PSOL se aburguesou e que hoje centra suas preocupações no fundo eleitoral e na eleição de parlamentares em detrimento da luta da classe que deveria defender.
O presidente do PSOL nacional, Medeiros, diz que com a saída do grupo o partido se fortalece. Para isso, usou uma frase de Vladimir Ilyich Ulianov, o Lênin: "O partido se fortalece depurando-se". Tal afirmação deixa muito claro que a atual postura da direção nacional está consolidada e que o partido toma um rumo sem volta, ou seja, está cada vez mais uma sombra do PT.
Será que Lula com Chuchu foi um acerto?
Lula com chuchu deve ser horrível na culinária ou na gastronomia. Mas Lula com Chuchu (apelido que os petistas deram a Alckimin no tempo em que ele era o seu grande adversário) na política foi um acerto?
Lula escolheu Alckimin por três motivos: aproximar a terceira via, conquistar o eleitorado conservador e incidir sobre o eleitorado de São Paulo, estado que tem um peso decisivo no processo eleitoral. A terceira via caiu nas mãos de Simone Tebet (MDB), Alckimin não conseguiu tirar votos de Bolsonaro e São Paulo não se entusiasmou com Chuchu como vice de Lula.
Alckimin, que não consegue tirar votos de Bolsonaro, agora se esforça para ganhar a simpatia dos eleitores de Lula. Muitos temem que ele seja um novo Temer e ainda lembram que o ex-tucano, ao contrário do que disse Lula em mais uma mentira descarada, foi a favor do impeachment de Dilma.
