O presidente do PSDB, Bruno Araújo, informou nesta quarta-feira, 1º, ao presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), que o senador Tasso Jereissati (CE) é o nome de “convergência” da legenda tucana para ser o vice em uma chapa presidencial encabeçada pela também senadora Simone Tebet (MDB-MS). Os líderes dos dois partidos avançaram nas discussões sobre uma aliança na eleição para o Palácio do Planalto.
Tasso já indica que pode aceitar ser vice na candidatura da chamada terceira via. “Simone Tebet é a nossa candidata”, afirmou. “Eu já tinha declarado que estava na hora de parar de ter cargos eletivos, evidente que a gente continua a exercer a política ajudando naquilo que puder” completou ele, ao ser questionado se aceitava ser vice em um evento em Fortaleza na segunda-feira, 30
A formação de uma chapa conjunta só deve ser anunciada após acordos em três Estados – Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Os entraves regionais, porém, não são considerados obstáculos para o acerto nacional, a ponto de os dirigentes já estarem conversando sobre a composição da chapa.
No caso de Tasso, os tucanos esperam pela palavra final do senador. Embora esteja integrado ao projeto de Simone, ele resiste a assumir um papel de protagonismo na futura campanha. Além da convivência no Senado, o tucano e a emedebista são amigos.
Conforme mostrou o Estadão, o plano de governo de Simone pretende resgatar iniciativas já em andamento no Congresso e um dos eixos centrais é o texto da Lei de Responsabilidade Social, de autoria do senador. O projeto prevê reformulação dos programas sociais, metas para a queda da taxa geral de pobreza e cria uma poupança para famílias em situação de vulnerabilidade.
Araújo almoçou ontem no gabinete de Tasso com o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB). O encontro selou na legenda tucana a opção pela aliança com Simone.
Leite era considerado no entorno da senadora emedebista o melhor nome para compor a chapa, mas ele deve concorrer a uma vaga no Congresso ou mesmo disputar de novo a eleição ao Palácio Piratini. Com isso, Leite deverá ajudar a encerrar o dilema local.
O diretório gaúcho do MDB espera que o próprio ex-governador entre em cena para convencer o emedebista Gabriel Souza a abrir mão de disputar o governo local, aceitando ser vice na chapa do tucano.
Simone entrou pessoalmente na articulação no Rio Grande do Sul para desatar o último impasse antes do acordo. Ontem, Leite esteve no gabinete da senadora do MDB em Brasília.
Em outra frente para desatar nós nos Estados, Araújo e Baleia Rossi conversaram com Jarbas Vasconcelos – quadro histórico do MDB e ex-governador – em Pernambuco. A articulação, no entanto, é que mesmo que não haja acordo, os dois partidos saiam separados no Estado sem prejuízo para o palanque da pré-candidata da terceira via.
Os presidentes do PSDB e do MDB concordaram que o ideal é anunciar o acordo nos três Estados até a próxima quarta feira, 8, e assim sacramentar a aliança.