Não sou sectário, mas não debato com todo mundo. A ignorância deliberada e a desfaçatez são duas coisas que me desagradam profundamente. Por isso, não costumo discutir com as paredes. E o lulopetismo, com suas técnicas de proselitismo ideológico, é um hábil engenheiro ideológico em se tratando da construção de paredes humanas.
Seguindo uma máxima da ideologia nazista, o lulopetismo segue as palavras de Joseph Goebbels que afirma que uma mentira repetida mil vezes vira verdade. E tem feito isso sistematicamente por décadas.
Mentiras absurdas como a de que o Brasil tinha, na década de 90 do século XX, 30 milhões de crianças nas ruas ou a de que o governo Lula pagou a dívida externa foram e são repetidas até hoje.
No primeiro caso, o próprio Lula desmente as declarações que deu em eventos na Europa, em um vídeo onde diz que mentia descaradamente porque a Europa achava bonito quando falavam mal do Brasil. Afirma também que não haviam dados oficiais sobre a quantidade de meninos de rua, o que facilitava suas mentiras.
Quanto à dívida externa, nunca foi integralmente paga e existe até hoje. Houve sim, uma diminuição dela no governo Lula. Mas a diminuição da dívida externa foi seguida de um absurdo e inacreditável aumento da dívida interna.
As mais recentes e mais apregoadas mentiras do lulopetismo são as de que Lula foi absolvido dos processos da Lava Jato e que a ONU atestou sua inocência. Nada mais falso.
Em relação aos crimes desvendados pela Lava Jato, o ex-presidente e ex-presidiário nunca foi absolvido. Apenas os julgamentos foram anulados porque o ministro Edson Fachin, do STF, determinou, monocraticamente, que não tinham sido feitos em uma instância competente, já que os crimes do governo Lula ultrapassavam o esquema do Petrolão que loteou e saqueou a Petrobras. Ou seja, Lula não foi inocentado; apenas houve a mudança da jurisdição dos casos a serem novamente julgados. Aliás, as condenações de Lula foram ratificadas pelo STJ e sua prisão autorizada pelo STF.
Já o discurso de que a Organização das Nações Unidas (ONU) também absolveu o presidente Lula também é falso. Lula nunca foi tema de nenhuma discussão de deliberação da ONU. O que o lulopetismo diz ser a posição da ONU, em verdade é o entendimento de uma parte do Comitê de Direitos Humanos da organização e que não tem nenhum peso jurídico. Esse mesmo comitê se abstém de tomar posicionamento acerca dos assombrosos assassinatos de mulheres e gays no Irã e sobre as visíveis violações dos direitos humanos e das liberdades individuais na Rússia e na China. Isso diz tudo.
Que partidos como o PSDB nunca tenham desmentido as mentiras do lulopetismo, custei a entender, mas entendi. É um caso flagrante de incompetência e dívida moral que fez dessa legenda, que por quase uma década governou o Brasil, uma órfã do protagonismo nacional.
Mas como entender que as agências de checagem, que, assim como o lulopetismo, falam em nome da transparência e da ética, nunca desmentiram esses absurdos que formam o arcabouço de defesa da lógica petista e de seus quadros pinoquianos? Para essa pergunta, uma única e simples resposta: não estão a serviço de desvendar as fakes que se propagam cotidianamente, mas, assim como a parte lulopetista do comitê internacional a que se refere Lula, a serviço da defesa dos seus interesses particulares que foram por muito tempo sustentados pela máquina de subtrair o dinheiro público. O retorno do lulopetismo é sua esperança de voltar aos holofotes.