O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu respeito à independência dos Poderes e afirmou que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, mente ao dizer que inquérito – aberto em 2018 para investigar segurança das urnas eletrônicas – é sigiloso.
“Dirigindo-me ao ministro Barroso, uma pessoa que fala muito bem e tem currículo invejável, [pediria que] aquele inquérito aberto em 2018 tivesse o seu deslinde. Queremos o parecer. Não poderia ter eleição em 2020 sem conclusão daquele inquérito, que não era sigiloso. Mente o ministro quando diz que era sigiloso. Mente. Uma vergonha”, disse Bolsonaro.
O chefe do Executivo deu a declaração em evento com congressistas que tinham como pauta a defesa da liberdade de expressão. O encontro foi um pedido das bancadas Evangélica e da Segurança Pública.
Na agenda de Bolsonaro, o compromisso foi descrito como “encontro com Parlamentares” e tem como pauta a “liberdade de expressão”. O evento foi transmitido pela TV Brasil, rede de televisão pública do Poder Executivo.
Em seu discurso, o chefe do Executivo fez algumas referências a Silveira, que estava na plateia do evento. Disse que a decisão de conceder o indulto individual não foi fácil, mas que o deputado “sofreu bastante” com as decisões da Suprema Corte.
“Um cabo da PM sofreu com perda do cargo e da liberdade por vários meses. Coloque-se no lugar do deputado. Casado, 2 filhos pequenos, passar praticamente 8 meses longe da família. Vemos absurdos acontecendo no Brasil”, disse.
“Tenho falado: o decreto é constitucional e será cumprido. No passado, se anistiavam bandidos. Agora, a gente anistia inocentes”, declarou o presidente.
O ato no palácio nesta 4ª foi uma forma de dar apoio ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na última 4ª feira (20.abr.2022). Ele teve a pena perdoada pelo presidente no dia seguinte, por meio de graça constitucional.
Silveira recebeu aplausos quando chegou ao Salão Nobre do Planalto. Ele segurava quadro com o decreto de benefício da graça concedida por Bolsonaro. O quadro foi uma homenagem que o chefe do Executivo recebeu do deputado Coronel Tadeu (PL-SP).
Inicialmente, o ato foi divulgado como uma iniciativa que incluía também a FPA (Frente Parlamentar do Agronegócio). Ao jornal Valor Econômico, o líder da bancada ruralista, Sérgio Souza (MDB-PR), negou que tivesse assinado o pedido enviado à Presidência.
Leia a lista com alguns dos presentes no evento:
Deputados:
Senadores:
Ministros:
Diferentemente da urna brasileira, a usada no Paraguai exige que o eleitor inclua um cartão de votação no equipamento.
Eis o passo a passo de como a votação é realizada:
Também é possível simular o uso da urna neste link.