O pré-candidato do PT, Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira (05/04) que a classe média brasileira consome demais e defendeu que o consumo por parte dessa parte da sociedade deve ser limitado pelo Estado. A declaração foi dada em um evento chamado “Brasil-Alemanha – União Europeia: desafios progressistas – parcerias estratégicas”.
“Nós temos uma classe média que ela é muito… Ela ostenta um padrão de vida que nenhum lugar do mundo a classe média ostenta. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida que não tem na Europa, que não tem em muitos lugares. Aqui na América Latina, a chamada classe média ostenta muito um padrão de vida acima do necessário“, disse o pré-candidato petista.
Lula defendeu que a classe média seja cerceada do seu poder de consumo: “É uma pena que a gente não nasce e a gente não tem uma aula: o que que é necessário para sobreviver? Tem um limite que pode me contentar como um ser humano. Eu quero uma casa, eu quero casar, eu quero ter um carro, eu quero ter uma televisão, não precisa ter uma em cada sala. Uma televisão já tá boa”, enfatizou o presidente.
E continuou: “Eu quero um computador, eu quero um celular, ou seja, na medida que você não impõe limite, você faz com que as pessoas comprem um barco de 400 milhões de dólares e comprem um outro para pousar o seu helicóptero”, sem explicar como alguém de classe média consegue comprar um helicóptero. A declaração foi dada na mesma semana em que o ex-presidente foi fotografado com um relógio Piaget no pulso, estimado em 80 mil reais.
A classe média, ou classe C, é composta por aquelas famílias cuja renda total de seus integrantes somada fica entre 4.000 e 10.000 reais por mês.
Lula ataca a classe média, mas poupa os mais ricos. O ex-condenado pela Lava Jato não anunciou medidas em relação aos mais ricos, de quem ele e seu partido tem buscado apoio. Nesta segunda-feira (04/04), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann se reuniu com alguns dos empresários mais ricos do país, aos quais fez muitas promessas e nenhuma ameaça.