Não tenho nada contra a família do prefeito Glêdson Bezerra (PODE). Aliás, considero Sandra, sua esposa, uma pessoa simpática e agradável. Da mesma forma, gosto da Rita de Cássia. Mas não admito hipocrisia nem nepotismo, muito menos quando vêm seguidas de peculato.

Não é novidade para ninguém que diversos familiares de Glêdson estão na Prefeitura desrespeitando a Súmula Vinculante 13. Desde a sua segunda mãe, a senhora Rita de Cássia que comanda o Tesouro Municipal, até a sua mãe que não tem nenhum cargo mas promove uma absurda ingerência política em várias Secretarias, sendo a Secretaria de Saúde (SESAU) a sua principal vítima.

São primos, esposas de primos, mães e agora até a esposa que foi empregada em uma Secretaria Especial do Gabinete. Essa Secretaria Especial, que antes abrigava a esposa do primo do prefeito e que hoje é a Secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho, foi criada para burlar o Judiciário, uma vez que o STF reconhece o cargo de Secretária como uma função política e, portanto, isenta de nepotismo.

É imoral o fato da família Lima Oliveira estar controlando áreas vitais da Municipalidade transformando a Prefeitura em uma extensão de sua sala de estar, seu quintal e sua cozinha. Principalmente quando a mãe do prefeito se utiliza da Central de Marcação como se fosse uma propriedade sua, um setor onde os direitos das pessoas são suprimidos e transformados em favores "dados" pela mãe do prefeito em troca de promessas de votos.

Por muito menos, o Ministério Público já promoveu intervenção na Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte e afastou prefeito. O que aconteceu com o Ministério Público? São outros promotores ou é o prefeito que tem outra performance?

Quando se transforma o público em privado, a privada é a saída do público. Aliás, acho que foi isso que aconteceu em uma recente votação de um certo Tribunal Regional Eleitoral.