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Política

Podemos e Moro: um divórcio sigiloso

Nem o Podemos.sabia que estava sendo largado.

Publicada em 01/04/22 às 06:24h - 244 visualizações

Fábio Souza Tavares


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Podemos e Moro: um divórcio sigiloso
Sérgio Moro e Renata Abreu, a presidente do Podemos  (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Quando se aposta, ganha ou perde. Não tem empate. E o Podemos perdeu em apostar em Sérgio Moro como quadro do partido e possível presidenciável da legenda.

Foram meses de conversas e mais conversas e mais outro bom tempo viajando com o pré-candidato por vários lugares do Brasil, além de uma pomposa cerimônia de filiação do ex-juiz da Lava Jato ao partido do senador Álvaro Dias.

Ontem (31.03), porém, a lua-de-mel chegou ao fim e Moro, no subterfúgio das entrelinhas, desembarcou do Podemos para o União Brasil sem dizer que estava terminando o relacionamento. Em nota, a presidente nacional da agremiação disse que o Podemos soube da ida de Moro através da imprensa (VEJA A NOTA OFICIAL DO PODEMOS ABAIXO). E isso é a pura verdade.

Ontem pela manhã, tão logo soube da troca de partidos do ex-juiz, liguei para o presidente local do Podemos, de Juazeiro do Norte/CE. Wagner Alves me respondeu que tal informação não procedia. "Moro é Podemos. Prego batido e ponta virada", respondeu. À tarde, porém, enviou-me a nota assinada pela presidente nacional.

Moro custou caro ao Podemos. Calcula-se que cerca de R$ 300 mil reais entre eventos, viagens, encontros e publicidades. O partido lhe deu todas as oportunidades que estavam disponíveis. Mas Moro, como um recém casado enjoado da companhia, foi jantar com o presidente da União Brasil, o Luciano Bivar, e acabou jantado.

A ida de Moro para o União Brasil também significa sua desistência da pré-candidatura à presidência. No novo partido, chefes da alta cúpula como ACM Neto e o governador goiano Ronaldo Caiado não o querem como presidenciável. Inclusive lançaram uma carta contra a candidatura de Moro ao Executivo nacional. Provavelmente concorrerá à Câmara de Deputados.

Essa mudança fortalece o presidente Jair Bolsonaro (PL) e também os candidatos da terceira via, uma vez que Moro, assim como Dalagnol, é o símbolo da Lava Jato que foi a maior operação contra o reino da corrupção lulopetista. Ou seja, os votos que seriam de Moro não migrarão, de forma alguma, para o candidato ex-presidiário.

Moro deixou o Podemos desolado, bolsonaristas e terceira via contentes e o pré-candidato petista preocupado. E passou de "presidente" a "deputado". De uma subida abrupta para uma descida embalada.





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