Não é de hoje que os eventos religiosos de Juazeiro do Norte/CE são usados politicamente. Até mesmo candidatos a presidente já tiraram uma casquinha da fama do Padre Cícero Romão Batista, santo pela devoção popular do catolicismo nacional.

Como resultado dessa exploração política da religiosidade popular, vemos todos os anos políticos descendo a procissão do aniversário de nascimento do Padre Cícero e políticos subindo a ladeira do Horto na Sexta-Feira da Paixão. Alguns desses políticos, como Raimundão (MDB), tem a religiosidade em sua vida cotidiana. Outros nunca tiveram nenhuma participação na vida religiosa do Município, mas utilizam os festejos como mera autopromoção oportunista.

É comum que nessas caminhadas políticos afins caminhem juntos. É isso o que sempre aconteceu.

Na procissão de ontem (24.05), o deputado estadual Nelinho de Freitas (MDB) caminhou ao lado do prefeito Glêdson Bezerra (PODE) que estava acompanhado pela primeira-dama Sandrinha, pelo vice-prefeito Giovanni Sampaio (PSD), pelo Secretário de (In)Segurança Pública Doriam Lucena e pelo Chefe de Gabinete Carlos Macedo.

Nelinho foi adversário de Glêdson na eleição de 2020 e ficou em terceiro lugar com 18,91% dos votos válidos. Mas, tão logo Glêdson tomou posse, Nelinho procurou aproximação com o prefeito, situação essa que dura até hoje.

A descida de Nelinho ao lado de Glêdson na procissão do 24 de Março, para quem entende de política, é muito emblemática. Será que ele, que, segundo pessoas muito próximas, espera ser o deputado federal mais votado em Juazeiro do Norte este ano, pensa em contar com o apoio do prefeito do caos administrativo?

O deputado precisa ter cuidado, pois se quer subir ao Congresso não deve acompanhar publicamente quem está descendo na opinião pública.