O ex-governador Geraldo Alckmin teria recebido repasses de R$ 3 milhões via caixa 2 do grupo Ecovias para suas campanhas. A afirmação foi feita pelo CEO do grupo, Marcelino Rafart de Seras.
Alckmin é provável candidato a vice em uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições ao Planalto em 2022. O colaborador afirmou que a empresa fez os repasses ‘por uma política de boa vizinhança’ com Alckmin.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o ex-executivo teve acordo de não persecução cível homologado pelo Ministério Público paulista nesta terça-feira (15), com relato de cartel entre as concessionárias de rodovias paulistas. A apuração relativa ao caixa 2 também é investigada pela Delinst (Delegacia de Defesa Institucional), da PF, que apura questões eleitorais.
O primeiro repasse, segundo os relatos, ocorreu em 2010 totalizando R$ 1 milhão. Na ocasião, pelo PSDB, Alckmin foi eleito governador. O pagamento, ainda conforme o depoimento, foi feito em dinheiro ao cunhado do ex-governador, Adhemar Ribeiro. Já o segundo repasse foi de R$ 2 milhões e teria sido feito em uma operação do ex-tesoureiro de Alckmin, Marcos Monteiro, em 2014, ainda segundo o relato. Naquele ano, Alckmin se reelegeu ao governo paulista.
Em nota, o ex-governador Geraldo Alckmin informa que não conhece os termos da colaboração, mas sabe que a versão divulgada não é verdadeira. “As suas campanhas eleitorais jamais receberam doações ilegais ou não declaradas”, diz o comunicado.
Afirma ainda que todas as contas foram efetuadas sob fiscalização da Justiça Eleitoral e do próprio Ministério Público e que, no seu governo, inclusive, ordenou diversas ações contra os interesses de concessionárias, inclusive contra a suposta doadora.
Por fim, disse que “lamenta que, depois de tantos anos, mas em novo ano eleitoral, o noticiário seja ocupado por versões irresponsáveis e acusações injustas. Seguirá prestando contas para a sociedade e para a Justiça, como é dever de todos.”