A reportagem do Grupo Globo neste domingo (20/02) recorda que a Secretaria Estadual de Obras do Rio de Janeiro, responsável por obras de contenção de áreas de risco na Região Serrana, cumpriu durante os anos dourados da corrupção no Brasil (Era PT-PMDB) o papel de um “bunker” de arrecadação de propina, “além de uma mina de dinheiro clandestino para campanha política do então PMDB”, aliado do petismo que promovia os maiores esquemas de corrupção da história.
Grande parte dos recursos desviados na Era Cabral/Pezão eram enviados pelo Governo Federal. Segundo o Ministério Público Federal, o desvio, durante 15 anos, chegou a mais de 4 bilhões de reais.
A corrupção era tão natural na Secretaria de Obras que havia lá uma porcentagem de propina chamada “taxa de oxigênio”. Os procuradores descobriram que, além dos 5% pagos ao ex-governador Sérgio Cabral, havia ainda um pagamento extra, de 1%, exclusivo para a secretaria.
Três ex-titulares da pasta foram presos e condenados: Hudson Braga, José Iran e Luiz Fernando Pezão.
“E a tragédia da Região Serrana, em 2011, foi um marco no esquema criminoso, segundo os procuradores, com liberação de muitas obras em pouco tempo e, principalmente, em caráter emergencial – o que permite às autoridades contratar sem a licitação tradicional”, diz o Grupo Globo na reportagem, omitindo, porém que, na ocasião, apoiava estes governos.
A tragédia de Petrópolis é ainda um efeitos da era de ouro da corrupção no Brasil vivida na maior parte primeiros quinze anos deste século. Muitos outros ainda aparecerão.