Os dois provavelmente estarão no mesmo palanque em 2022. Apoiarão o Capitão Wagner (PROS) que deve migrar para o União Brasil. Enquanto Glêdson Bezerra (PODE), prefeito de Juazeiro do Norte/CE, defenderá a terceira via, Eunício Oliveira (MDB) defenderá Lula, ex-presidente de quem já foi ministro. Mas, no Ceará, o palanque é um só, pois o capitão é outro. Coisa da fisiologia eleitoral brasileira.
Mesmo comungando da mesma perspectiva eleitoral em nível estadual, Eunício e Glêdson, nos últimos dois dias, foram alvos de uma polêmica após o ex-senador dizer que as enquetes de Glêdson sobre a popularidade do presidente Bolsonaro (PL) e do governador Camilo Santana (PT) eram coisas de quem não tinha o que fazer. Mas, dentro da definição traçada pelo próprio Glêdson para sua postura política, o prefeito juazeirense está coerente.
Como já disse anteriormente, Glêdson se define como pragmático. Eu o defino como oportunista. E, como tal, tanto ele quanto eu sabemos que sua conduta se define pelo populismo demagógico onde ele é o começo, o meio e o fim em um joguete político onde os fins determinam os meios, ou seja, tudo vale para se alcançar o objetivo proposto. E, assim, a postura de Glêdson é não ter postura.
Ao realizar suas enquetes, o prefeito quer saber para onde sua base de apoio vai. Em um momento de desgaste de sua imagem junto a população resultante de um governo municipal desastroso que destruiu a Educação em menos de um ano e deixou a Saúde no leito da UTI, Glêdson sabe que não pode mais descer a ladeira da impopularidade sob risco de comprometer seu futuro político. Daí as enquetes, sua bússola política, sua biruta que mostra para onde sopra o vento. Glêdson é, sim, uma maria vai com as outras, mas em sendo uma maria vai com as outras ele está sendo ele mesmo e fazendo com que seu seguidores sejam as suas marias vão com as outras.
Portanto, antes de Glêdson ser esse ou aquele candidato, Glêdson é ele mesmo, a sua sede de poder, o seu pragmatismo, o seu populismo maquiavélico. Juntar-se à opinião pública para a partir dela fazê-la sua escrava. O jogo da ideologia, o jogo camaleônico das palavras, a performance caleidoscópica mascarada. Para ele, as pessoas são meros detalhes. O que interessa das pessoas é o que delas possa extrair para manipular a opinião pública. Esse é o Glêdson Bezerra. E para isso servem as suas enquetes.