Uma denúncia requentada veio ocupar espaço na grande mídia e nas redes sociais através da divulgação dos depoimentos do empresário Yuri Paredão, irmão da vereadora Yanny Brena (PL), e do vereador Beto Primo (PSDB): a de um suposto acordo do presidente da Câmara Darlan Lobo (PTB) para pagar R$ 20 mil ao youtuber João Paulo Teixeira Ramos para detonar o prefeito Glêdson Bezerra, o que já foi desmentido inúmeras vezes por João Paulo. Aliás, como ele mesmo falou, desde que começou com o seu canal digital que vem denunciando e pedindo a cassação de políticos locais - dentre os quais o primeiro foi o ex-prefeito Zé Arnon - sem nunca pedir dinheiro para tal.
João Paulo disse ao Sovaco de Cobra que os depoimentos de Yuri e de Beto são mentirosos e frutos de um esquema entre o governo Glêdson Bezerra (PODE) e os depoentes supracitados que fizeram as falsas declarações com o único objetivo de lucrarem com o patrimônio público da população juazeirense.
João Paulo afirma que Yuri o conhecia do comitê de campanha de Nelinho onde eram feitas as gravações eleitorais. Que "pessoas ligadas a ele me procuraram para não falar de prisão de pessoas que compravam votos da irmã dele [Yanny} no Mercado Central, matéria que fiz e que deixou ele chateado. Inclusive fiz também, no canal, denúncia do recebimento, através da Secretaria de Esporte, de uma quantia de quase um milhão de reais para locação de equipamentos de som usados na vaquejada, dinheiro que, ao meu ver, daria para a Prefeitura comprar o equipamento e não alugar".
João Paulo afirma, ainda, que fiscalizava a empresa de Yuri que andou envolvida em escândalo no Juaforró: "(...) inclusive a empresa aparece em pagamento que gerou uma ação da polícia federal que consta só para o show da Ivete Sangalo um valor de R$ 425.700.00, o que totalizou naquele ano um valor de R$ 454.400.00 que terminou com o conhecido Juaforró, o que era equivalente à época mais de 788 salários mínimos, atuais R$ 867.900.00".
O policial e youtuber diz que vem acompanhando a empresa de Yuri e suas quantias vultosas recebidas da Prefeitura de Juazeiro do Norte. Para ele, o que está por trás do depoimento falso do empresário é que sua empresa "ainda tem a receber R$ 462.285.40 [da Prefeitura]. Este é o real motivo do seu depoimento leviano", ou seja, fazer o jogo político do prefeito para receber a bolada, como já aconteceu com outra empresa, na atual gestão, em processo semelhante.
Quanto custou Beto Primo, segundo o youtuber
Croqui de terreno público permutado pela Prefeitura em benefício do vereador Beto Primo, segundo João Paulo (Foto: João Paulo)
Em relação ao vereador Beto Primo, João Paulo diz que ele "o conhece do tempo de Santana prefeito e Eraldo Oliveira secretário de meio ambiente. Inclusive o Beto Primo era responsável pelo esquema de aluguéis de carros na época utilizando até carros de terceiros, particulares, para pagamentos de favores políticos. Neste período eu era estagiário da parte jurídica da secretaria citada".
O policial e youtuber afirma que "ele mente quando deixa a entender que não enviei à casa legislativa processo da cassação contra o prefeito Arnon, fato feito por mim no início de 2019". Aliás, acontecimento bastante divulgado pela imprensa local. Na ocasião, João Paulo remeteu à Câmara Municipal esse pedido juntamente com o sindicalista Valdir Medeiros.
João Paulo afirma que o depoimento falso de Beto se deu "pela doção deste terreno (VEJA O CROQUI ACIMA), por meio de permuta, em um terreno que o valor está bem abaixo do mercado, recebendo terreno [público] avaliado, por baixo, acima de 2 milhões de reais".
Em outras palavras, João Paulo diz que existe um esquema corrupto do governo Glêdson Bezerra comprando vereadores e pessoas ligadas a vereadores para prejudicá-lo, prejudicar o presidente da Câmara Municipal e outros vereadores para, assim, destruir a oposição e fazer com que o prefeito siga até o final do seu mandato sem receber críticas e sem ser fiscalizado e investigado, distribuindo livremente seus discursos falsos à população juazeirense enquanto tenta esconder esquemas ilegais sob o falso véu da honestidade, transparência e ética, palavras bonitas e fortes que não combinam com a postura do atual governo municipal.