As manifestações de ontem (12), contra Bolsonaro, foram visivelmente menores que  as grandes mobilizações do dia 7, majoritariamente favoráveis ao presidente da República. Isso demonstra, por um lado, o pouco poder de mobilização da oposição na atual conjuntura e, por outro, a própria divisão da oposição.

Assim como aconteceu nas mobilizações pelo Fora Bolsonaro! no dia 7, os atos de ontem também foram esvaziados. O maior deles, na Avenida Paulista, ocupou apenas duas quadras e contou com as participações do governador Dória (PSDB/SP), do ex-ministro Mandetta (DEM/MS) e do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT/CE) no mesmo palanque. O PT e sua central sindical, a CUT, assim como o PSOL, não participaram do evento. Lideranças da oposição, em vista da pequena adesão de manifestantes, recuaram do discurso da terceira via chamando toda a oposição a unir forças.

Na Bahia, o líder pedetista Mateus Santos, disse pelo Twitter: "Aqui em Salvador fizemos a nossa parte, mas tenho que admitir que foi bem pequena quem participou. Agradecer a todos os pedetistas presentes!".

A pouca força das manifestações de ontem também foram motivos de piada na boca de alguns apoiadores do presidente. Em relação a Brasília, onde houve uma passeata na Esplanada dos Ministérios, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PROS/AL) escreveu: "O que está acontecendo hoje em Brasília? Fazia tempo que não via o trânsito tão bom. Acabei de escutar na rádio: tem mais vendedor ambulante que manifestante, no momento".

O deputado federal Vitor Hugo (PSL/GO) foi enfático: "Falaram tanto, minimizaram nossas manifestações de 7 de setembro e hj não conseguem colocar três passoas nas ruas. Grande dia".

As manifestações pelo Fora Bolsonaro! de ontem foram convocadas pelos movimentos MBL, Vem Pra Rua e Livres e tiveram apoio das centrais sindicais, excetuando-se a CUT, e de vários partidos de oposição, excetuando-se PT e PSOL.

Ao contrário das grandes mobilizações pelo impeachment de Collor e de Dilma - contra esta foi realizado o maior ato político da História do Brasil - que aumentavam a cada chamado, vemos um esvaziamento cada vez maior dos atos pelo Fora Bolsonaro! Se a oposição quiser fazer ao menos sombra tem que se esforçar para unir forças. Mas quem acredita que Lula e Ciro possam dividir o mesmo palanque?