Fortalecido pelos atos do dia 7 de setembro a partir de manifestações massivas de apoio ao seu governo e em defesa do Brasil, Bolsonaro espera o que virá das ruas. Será o momento para saber se a carta que lançou fortaleceu ou não a sua imagem diante de seus apoiadores. Será o momento também de medir o fôlego dos movimentos bolsonaristas, uma vez que muitos deles continuaram as manifestações em Brasília depois do dia 7, além dos caminhoneiros que continuam mobilizados nos acostamentos das rodovias. Haja disposição para essa bateria de manifestações.

Já os atos da oposição têm uma direção diferente daquelas que chamaram os atos do dia 7 e que, em sua absoluta maioria, foram esvaziadas. Até mesmo em São Paulo, o ato do Vale do Anhangabaú foi um fiasco que contou com apenas 15 mil pessoas convocadas pelas pastorais católicas e pelos partidos e organizações de esquerda. Lula não teve coragem de aparecer.

Os atos de oposição de amanhã são convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua (VPR) e Livres. O que tem a expectativa de juntar mais pessoas, o de São Paulo, contará com a presença do PDT e de Ciro Gomes, do PSDB, de algumas lideranças do PSOL e partidos de centro e das centrais sindicais, excetuando-se a CUT.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido, oficialmente, não participará dos atos, mas que os militantes da sigla estão liberados para as manifestações. A verdade é que o PT e seu braço sindical, a CUT, não aceitam participar de atos dirigidos por outras organizações que têm à frente pessoas de outros partidos. Seria demonstrar fraqueza colocar o presidenciável Lula a reboque de Kim Kataguiri (DEM/SP). Por outro lado, se as manifestações da oposição tiverem um relativo peso, Ciro, que estará no palanque, terá um relativo fortalecimento em relação ao seu principal adversário Lula.

Veremos o que as ruas, as avenidas e as praças do Brasil, através das mobilizações que agitarão o nosso domingo, terão a nos mostrar.