A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALCE), abriu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Associações de Policiais Militares para apurar supostos financiamentos da greve da PM que teve incício em fevereiro do ano passado. O pedido de abertura dessa CPI foi feito ainda em fevereiro do ano passado, durante a greve, pelo deputado Romeu Aldigueri (PDT), mas só ontem (12) o presidente da Casa, Evandro Leitão (PDT), determinou sua abertura.
O pedido de instalação foi embasado na suposta crença de financiamento da greve policial de fevereiro e março de 2020, uma vez que, segundo o deputado autor, 12 associações de policiais militares receberam mais de R$ 120 milhões nos seis meses que antecederam ao movimento grevista.
Durante e depois da greve, 400 policiais se tornaram réus na Justiça estadual, 230 foram afastados - tiveram seus salários suspensos e tiveram que devolver distintivos, identidades funcionais, armas e algemas - e 47 foram presos.
A Assembleia Legislativa que instala a CPI contra as organizações dos policiais militares é a mesma que não investiga seus deputados acusados de envolvimento com o narcotráfico nem as negociações com as facções criminosas que ao longo do tempo foram realizadas nos governos estaduais de Cid Gomes e Camilo Santana. É a política de dois pesos e duas medidas que tem um direcionamento claro: atingir a oposição, já que ano que vem teremos eleições estaduais.