Em entrevista concedida ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, exibido nesta quarta-feira, 11, o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, disse que o Centrão contribui para a aprovação de pautas econômicas propostas pelo governo federal. Ao mesmo tempo, ressalta que as pautas ideológicas não têm a mesma apreciação dos deputados que compõem os partidos fisiológicos.
“Quando as pautas não são ideológicas, os partidos ditos de centro as apoiam. Em questões ideológicas, porém, isso não se reflete na mesma proporção”, afirmou Vitor Hugo. “Exemplo disso é a pauta sobre o armamento civil. Infelizmente, temos dificuldade para aprovar essa matéria. O Centrão tem ajudado muito nas pautas econômicas, mas não em pautas ideológicas.”
O parlamentar defende uma investigação sobre as denúncias de fraudes ocorridas no sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conforme noticiou Oeste, o próprio órgão eleitoral admitiu, em relatório enviado à Polícia Federal, que um hacker teve acesso a documentos sigilosos e confidenciais.
“Queremos investigar aquilo que foi divulgado como vulnerabilidade das urnas, apoiados nas informações divulgadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo deputado federal Filipe Barros [PSL-PR]”, explicou Vitor Hugo. “Então, é importante averiguar essa situação, porque ficou claro que há, sim, vulnerabilidades no sistema do TSE.”
Vitor Hugo lamenta a ideologização em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto auditável, visto que a pauta é de interesse da população brasileira. Segundo o deputado, os opositores do governo federal tornaram o debate ideológico e acabaram desvirtuando o propósito da matéria, que era tratar da melhoria do sistema eleitoral.
“É claro que essa pauta não deveria ser ideologizada; talvez tenha até sido uma estratégia dos parlamentares que eram contrários à matéria”, observou o deputado. “Muitas pessoas que anteriormente eram favoráveis ao voto auditável passaram a se mobilizar contra a proposta, talvez para tentar impor uma derrota ao governo federal.”
O parlamentar afirma que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) influenciaram os líderes partidários a mudar de posição sobre o voto auditável. Conforme noticiou Oeste, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes receberam a visita de caciques de legendas e articularam a derrubada da proposta que visava à melhoria do sistema eleitoral.
“Quantificar é difícil, mas posso dizer, com toda certeza, que os ministros influenciaram a mudança de postura dos parlamentares”, revelou Vitor Hugo. “A pauta havia passado na Comissão de Constituição e Justiça [CCJ] da Câmara dos Deputados de maneira muito tranquila. A maioria queria a aprovação da matéria, mas houve mudança flagrante de comportamento.”