Um vídeo (VEJA O VÍDEO) divulgado quarta-feira (28) por Ciro Gomes (PDT) em suas redes sociais reacendeu o debate na esquerda sobre reforma tributária. O ex-ministro do ex-presidente e ex-presidiário Lula (PT) o atacou veementemente por defender velhas e falsas ideias.
Ciro se referiu a uma entrevista de Lula onde o líder máximo do petismo declarou que não precisa taxar as grandes fortunas. Para Ciro, Lula quer continuar defendendo os mais ricos como sempre fez nos governos do PT. Ciro rebateu o argumento de Lula de que se as grandes fortunas forem taxadas os grandes empresários sairão do País. Para o pedetista, nada mais falso, pois os empresários que aqui estão não sairiam por dois motivos básicos: os países para onde eles poderiam ir taxam as grandes fortunas e não teriam as mesmas condições propícias a oferecer como as que existem no Brasil.
Esse debate reacende a velha discussão na esquerda sobre a taxação das grandes fortunas que o PT defendia em seu programa mas que nunca colocou em prática em seus governos. Ao contrário, aumentou juros favorecendo como nunca os banqueiros e criou um esquema nas estatais favorecendo as megaempreiteiras.
Ciro atacou o petista ao dizer que "não há mais dúvida que Lula vai continuar protegendo os mais ricos, como fez em seu governo" e que "a máscara do Lula caiu e revelou que suas ideias estão mais velhas do que nunca". Como se percebe, o ex-ministro do ex-presidente está cada vez mais distante do seu antigo chefe. Talvez porque Ciro saiba que as eleições de 2022 serão sua última tentativa de chegar ao Planalto e que o petista é o maior entrave para que sua campanha imprima o ritmo necessário para levá-lo ao segundo turno, já que uma das vagas já pertence ao presidente Bolsonaro.
Quanto ao petismo, tem um dilema: continuar fiel à sua proposta programática de décadas ou aderir às novas ideias de Lula que se contrapõem à ideologia do PT. Aquele Lula que nas eleições de 1989 respondeu ao presidente da FIESP Mário Amato - quando este disse que se o petista ganhasse as eleições daquele ano os empresários sairiam do País - que o Brasil não precisava de empresários, parece pouco com o Lula de hoje que se arvora a advogado das grandes fortunas.