A sessão da Câmara Municipal juazeirense pegou fogo terça-feira (6) com o discurso veemente do presidente do parlamento local, o vereador Rubens Darlan Lobo.
Darlan repetiu uma acusação de 4 anos e meio, quando também chamou o atual prefeito, à época vereador, de "covarde e traidor". Na ocasião, o então vereador Glêdson Bezerra traiu todos os outros 20 vereadores quando passou a perna em todos os colegas de parlamento através de um jogo hipócrita que o levou à presidência Casa legislativa.
Na ocasião, Glêdson firmou compromisso em votar em Darlan Lobo para a presidência da Câmara e, ao mesmo tempo, combinou com a oposição ao recém eleito prefeito Zé Arnon de receber o apoio deles em troca de ir para a oposição ao chefe do Executivo. Traiu as duas bandas.
Glêdson foi eleito presidente com os votos da oposição, passando a perna em Darlan Lobo. Mas, uma vez eleito, traiu toda a oposição passando a apoiar o prefeito eleito. Motivo: negociou com Arnon quase duas centenas de cargos comissionados (portarias). À essa época, Glêdson já pensava em ser prefeito e precisava de gente paga com o dinheiro público para fazer campanha para sua futura eleição. Nesses dois anos como presidente, blindou Zé Arnon e impediu qualquer pedido de CPI.
Ao sair da presidência, passou à oposição em uma atitude marcadamente demagógica, denunciando os cargos comissionados do governo Arnon sem ter sequer a prudência de lembrar que ele mesmo tinha se beneficiado do esquema clientelista com quase 200 cargos empregados. Aí o Glêdson clientelista, nepótico, "covarde e traidor" passou a fazer um discurso de arauto da moralidade pontuando sua ação pela hipocrisia e convencendo gente de boa fé através de sua farsa maquiavélica, no mal sentido atribuído ao termo.
Na sessão do dia 6, Darlan fez alusão àquela situação de 4 anos e meio atrás e voltou a repetir que o prefeito é "covarde e traidor", mediante falta de palavra de Glêdson que, mais uma vez, nas palavras do presidente, traiu compromisso firmado. Ainda segundo o presidente, o prefeito está enganando o povo.
As acusações de Darlan partem da falta de palavra do atual prefeito que, mediante uma série de denúncias contra o seu governo nepótico, clientelista e corrupto, denúncias que, inclusive, levaram à cassação do atual mandato Executivo juazeirense que ora se sustenta mediante recurso temporário, chamou o presidente da Câmara para passar "uma borracha" nas desavenças. Pouco depois, passando por cima do que fora acordado, Glêdson entrou com denúncia infundada contra o próprio Darlan que, segundo palavras do próprio presidente acerca da atitude traidora e traiçoeira do prefeito, este o teria feito para se livrar da cassação que ora está em curso. Darlan questionou, falando que não tem nada a ver com o fato do prefeito eleito ter manipulado e corrompido as contas de sua campanha eleitoral, gerando valores que não puderam ser explicados na prestação de contas.
Darlan disse que o prefeito e o Secretário de Segurança Pública Doriam Lucena podem armar contra ele e que a oposição está coagida por um governo que semeia temor através dos policiais presentes na atual gestão.
Diante da postura dissimulada e teatralizada do atual gestor municipal, o presidente do Legislativo também afirmou que o prefeito é "sem compromisso" e "capaz de tudo", que "tem coragem de vender a alma", chegando a dizer, sem meias palavras, que o governo municipal chegou a ameaçá-lo, colocando como um dos pivôs das ameaças o policial militar da reserva e Secretário de Segurança Pública de Juazeiro do Norte, Doriam Lucena.