Em entrevista ao Diário do Nordeste sexta-feira (03.01), o prefeito reeleito Glêdson Bezerra (PODE) disse ter "sentimento de maioria" em relação ao parlamento municipal juazeirense.
Entretanto, quando o prefeito fala em maioria não o faz anunciando uma adesão seguidista, mas demonstrando uma compreensão em comum de que fiscalizar e apreciar com seriedade as mensagens do Executivo fazem parte da mesma moeda legislativa.
Esse sentimento expressa não só uma leitura do gestor em relação à Câmara Municipal juazeirense, mas também um discurso uníssono e inequívoco dos(as) 14 novos(as) vereadores(as) empossados(as) - inclusive o do PT -, do líder do prefeito na Câmara reeleito e até mesmo de alguns(a) vereadores(a) de oposição também reeleitos(a). A pergunta é: Até onde o discurso e a realidade se combinam?
Nas eleições de 2020, o prefeito Glêdson Bezerra elegeu 2 vereadores em sua coligação terminando o 1⁰ mandato, entre ida e vinda de parlamentares, com 3 vereadores em sua base.
Essa legislatura recém terminada quis fazer com o prefeito Glêdson o que faziam com os prefeitos anteriores, ou seja, a cobrança do MENSALINHO.
A ampla reprovação da oposição parlamentar nas urnas abriu os olhos de vereadores(a) reeleitos(a) que compraram o discurso da pacificação, aliando-se, nas palavras, ao propósito de desenvolver uma relação sadia com o governo municipal.
A pergunta que não quer calar: O que está por trás dos discursos? Uma nova forma de cobrar regalias ou uma postura sincera direcionada a mudar o rumo da Câmara e atender aos interesses coletivos?
O novo presidente da Casa legislativa juazeirense eleito por unanimidade, o vereador Felipe Vasques (AGIR), é, de certa forma, o catalisador das pretensões dessa nova realidade parlamentar juazeirense. Entramos em contato com a sua assessoria de imprensa interrogando qual a posição dele acerca dessa situação, mas até agora não tivemos uma resposta.
Que a tônica ora utilizada pelos(as) vereadores(as) eleitos(as) e pelos(a) reeleitos(a) que assim se manifestaram corresponda a um sentimento racional verdadeiro. Uma ruptura do discurso mais à frente, caso aconteça, denotará que a melodia entoada não passou de um canto de sereia. E o eleitorado juazeirense, mais amadurecido, saberá novamente diagnosticar um novo câncer no parlamento local.