Assim como os resultados das eleições de 2024 em Juazeiro do Norte/CE, a posse das pessoas reeleitas e eleitas para o mandato 2025-2028 também foi marcada por fatos inusitados e pelo ineditismo que tem sido o marco da nova conjuntura política juazeirense.

Ontem, primeiro dia do ano, como dispõe a Legislação Eleitoral, o prefeito reeleito Glêdson Bezerra (PODE), o vice-prefeito eleito Tarso Magno (PP), e os(as) vereadores(as) eleitos(as) e reeleitos(a) tomaram posse no Palácio Floro Bartolomeu da Costa, sede do Poder Legislativo local. A posse foi marcada por duas cerimônias.

A primeira, que empossou vereadores(as) e escolheu a Mesa Diretora da Casa, foi realizada no Plenário Presidenta Dra. Yanny Brena. A segunda, que empossou prefeito e vice, foi realizada no Auditório Vereador Amarílio Pequeno da Silva.

Depois de fazer o juramento e tomar posse, os(as) vereadores(as) passaram a escolher a Mesa Diretora que acabou sendo, como esperado, a chapa apresentada na segunda-feira (30.12), pela manhã, no Santa Rosa Hotel.

Em um fato inédito no parlamento juazeirense, o novo presidente da Câmara Felipe Vasques (AGIR) foi eleito por unanimidade. Outro fato inédito foi o da Mesa ser eleita com duas mulheres: as professoras Pergentina Jardim, a PG (PODE), eleita como vice-presidente, e Rita Monteiro (PSB), eleita 3ª secretária. O terceiro fato inédito foi o de o vereador Barbosa Neto (PT), eleito pelo partido visceralmente antagônico a Glêdson, receber os votos dos(a) vereadores(a) da base do prefeito para secretário e ter participado entusiasticamente da posse de Glêdson e Tarso.

A palavra, entre os(as) vereadores(as), era pacificação. Tanto é que todos os demais cargos da Mesa foram eleitos com 20 votos dos 21 vereadores, ficando à exceção o vereador Capitão Vieira (MDB) que lançou seu nome para todos eles demarcando sua postura de oposição nesta nova legislatura. 

Entretanto, drummondianamente falando, "No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho". E essa pedra foi atirada pelo vereador Lukão (PSDB) no discurso da pacificação. Segundo o vereador, os(a) vereadores(a) reeleitos(a) estariam falando de pacificação e votando na chapa apresentada porque já estavam derrotados(a) na escolha da Mesa Diretora, uma vez que os(as) 14 novos(as) vereadores(as), ou seja, 2/3 da composição parlamentar, já estavam fechados(as) com os nomes apresentados.

Lukão disse que a oposição reeleita, como está politicamente derrotada, está agindo pela máxima "Se não puder derrotá-los, junte-se a eles". Uma pancada que até agora não teve respostas.

A posse de Glêdson e Tarso foi marcada por muita emoção, aplausos e uma manifestação efusiva em tom de campanha pré-eleitoral, bem como pela presença, na mesa, do ex-prefeito e ex-deputado Salviano Sobrinho, do ex-deputado estadual Vasques Landim e do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Vavá Lemos.

O que mais chamou a atenção na referida posse foi a entrada de Glêdson e Tarso ter sido recebida com uma onda uníssona do grito de "GOVERNADOR" em referência ao fato do prefeito já estar com uma pré-candidatura praticamente lançada para o Palácio da Abolição.

Durante a campanha eleitoral, eu já falava que a vitória de Glêdson o credenciaria para a candidatura de governador. Apesar de hoje não ser o nome mais expressivo da oposição para tal propositura, é o único nome que pode, nas próximas eleições, abalar significativamente e até derrotar o grupo de Camilo (PT) e Cid (PSB).

André Fernandes (PL) hoje é o nome mais forte da oposição cearense. Entretanto, seus 27 anos não o credenciam para tal disputa, pois, constitucionalmente, somente pessoas com 30 anos ou mais podem concorrer a governador.

Por outro lado, com a perspectiva de um segundo mandato mais calmo, com a aplicação responsável e competente das verbas do empréstimo do CAF que poderá modificar a infraestrutura urbana juazeirense e acabar com as inundações dos períodos chuvosos,  e com a continuidade das políticas públicas desenvolvidas, a exemplo do Educa Juazeiro, Glêdson terá condições de mostrar ao povo cearense que fará para o estado o que fez para Juazeiro do Norte.