No governo Sarney, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT, paralisou o Brasil com suas greves gerais onde milhões de trabalhadores brasileiros cruzaram os braços provocando um grande impacto na economia do País.
No governo Collor, a UNE e a UBES, entidades estudantis sob o comando do PCdoB e do PT, promoveram manifestações massivas que empurraram a onda do impeachment do então presidente alagoano.
No governo FHC, o PT, com o apoio dos seus partidos satélites, promoveu a Marcha dos Cem Mil no dia 26 de agosto em 1999, em Brasília.
A vitória eleitoral de Lula em 2002 consolidou uma nova fase do petismo e da esquerda brasileira onde as mobilizações das massas cederam progressivamente à institucionalização da militância através do aparelhamento do Estado. As verbas e os cargos da União e das estatais passaram a servir para financiar as entidades ligadas à esquerda, os militantes da esquerda e os aliados ou conjunturais apoiadores. O PT, que já vinha em estado avançado de burocratização, virou uma máquina que prioriza os calendários eleitorais em detrimento das lutas sindicais, estudantis e populares.
O engessamento dos movimentos dirigidos pela esquerda, uma vez que as entidades não podiam se contrapor aos desmandos dos governos petistas, afastou cada vez mais os dirigentes de suas bases que foram transformando-se em meras bases eleitorais.
As últimas grandes manifestações do lulopetismo sem caráter plenamente eleitoral foram as mobilizações pela liberdade de Lula. Mas depois que o deus do esquerdismo brasileiro foi solto a partir de uma decisão monocrática casuística do ministro Edson Fachin, a capacidade de mobilização das massas pelo PT e seus partidos satélites fora de um contexto eleitoral se esvaiu.
Mesmo dentro do contexto eleitoral, Lula e o PT passaram por várias decepções e sinais de desprestígio como, por exemplo, um ato de campanha eleitoral antecipada que aconteceu em Contagem, no dia 10 de maio de 2022, e foi um colossal fiasco mesmo com a prefeita do Município, Marília Campos, sendo do PT. Lula falou para uma multidão de cadeiras vazias.
No dia 23 de março deste ano, depois de Bolsonaro (PL) colocar 750 mil pessoas na Avenida Paulista no dia 25 de fevereiro - ou 185 mil segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, uma instituição luopetista da USP -, o PT e sua esquerda realizou atos Em Defesa da Democracia esvaziados no Brasil e no exterior. Em Portugal, reuniu apenas 26 pessoas; e em São Paulo, apenas algumas centenas. No Rio de Janeiro, o ato foi cancelado pela ausência até mesmo de boa parte da militância.
O 1º de Maio de Lula e suas centrais sindicais em São Paulo, neste ano, financiado com dinheiro público para servir de palanque de campanha eleitoral antecipada para o candidato a prefeito Boulos (PSOL) que foi fragorosamente derrotado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi outro estrondoso fiasco. Segundo o mesmo Monitor do Debate Político no Meio Digital, compareceram apenas 1.635 pessoas, para desespero do presidente da República.
O último dia 10, onde um ato pela não anistia dos presos do 8 de Janeiro e pela prisão de Bolsonaro foi convocado por Gleisi Hoffmann, presidente do PT, pela CUT, pela CTB, pelos partidos e outras organizações de esquerda, foi outro retumbante fracasso. O número de pessoas que participaram das manifestações foi tão insignificante que seus organizadores só divulgaram imagens em plano fechado. A própria Folha de São Paulo, defensora do governo Lula, publicou: "ATOS ESVAZIADOS PELO PAÍS PEDEM PRISÃO DE BOLSONARO".
O PT e sua esquerda satélite trocaram as ruas pelos gabinetes, as lutas pela máquina estatal, a liderança pelos privilégios, a mobilização direta pelas eleições. Completamente adaPTado ao regime democrático burguês que diziam combater, o PT - e suas sombras partidárias - hoje parasita o regime dito burguês que por ora segue combalindo a verdadeira democracia.