O rompimento de Cid Gomes (PSB) com o governador Elmano de Freitas (PT) nada mais é que a constatação tardia do senador sobre a política hegemônica petista que não deixa margem de manobra para negociação com aliados em espaços que considera estratégicos.
Essa hegemonia se torna mais evidente no Ceará onde o PT, derrotado nacionalmente nas últimas eleições municipais, sagrou-se o grande vencedor eleitoral.
Embora o lançamento do deputado estadual Fernando Santana (PT) para a sucessão de Evandro Leitão (PT) na Assembleia Legislativa tenha sido a gota d'água para o rompimento, o senador Cid já vinha sendo escanteado pelo governador em suas pretensões como, por exemplo, o preterimento de sua irmã, a deputada estadual Lia Gomes (PDT), para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Tardiamente, Cid entendeu que o PT se basta a si mesmo e que tem os aliados meramente como extensão de suas pretensões. Ao PT bem cabe uma figura como Domingos Filho e um partido como o PSD que servem ao jogo como eternas sombras do petismo alencarino.
Quando alguém quer ascender mais alto que a estrela nacionalmente decadente, a rasteira do lulopetismo se capoeiriza politicamente e a bola da vez é encaçapada no tabuleiro onde o PT é o rei e o resto é formado por meros peões, mesmo que pouquíssimos destes já tenham atuado como rainhas, como é o caso de Eunício Oliveira (MDB) e Cid Gomes, o primeiro almoçado preteritamente e o atual no prato da janta do chefete do Abolição.
Atropelado pelo histrionismo lulopetista no Ceará administrado pelo ministro da performance da bunda de fora e fio dental Camilo Santana (PT), Cid procura arrego no Podemos, partido que já domina estadualmente através do prefeito de Aracati Bismarck Maia.
Cego pela estatura de seu ex-pupilo Camilo, Cid não pôde compreender o que Lula e seu séquito fizeram com o irmão Ciro Gomes (PDT) ao esvaziar sua candidatura presidencial e, posteriormente, esvaziar o PDT. Agora é Cid quem se encontra no vazio.
Fernando Santana, um político que quanto mais agrega mais desagrega, pivô da separação cidelmaniana, é o mesmo que foi atropelado pela locomotiva Glêdson Bezerra (PODE), prefeito reeleito em um feito histórico inédito e que é filiado ao partido que já garantiu o ingresso de Cid.
Perguntei domingo (17.11), ao Secretário de Articulação Política do governo municipal de Juazeiro do Norte Wagner Alves, que é presidente municipal do Podemos, se a ida de Cid para o partido significaria a saída do prefeito Glêdson da legenda. A resposta foi negativa.
No dia 1º de outubro do ano passado, Glêdson Bezerra esteve com Cid no Congresso Nacional, com quem manteve um bom diálogo. Na pauta, as necessidades de Juazeiro do Norte e as eleições de 2024.
Glêdson foi reeleito sem o apoio de Cid que ainda não estava rompido com Elmano cujo candidato à Prefeitura juazeirense foi justamente Fernando Santana indicado por Camilo.
Elmano, que já foi o poste da ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins (PT), hoje é o poste de Camilo. Não terá Fernando sido indicado para a presidência da ALECE primeiramente pelo ex-pupilo do mais novo renegado da família Gomes? Creio que sim.
Não acredito que o Gledson Bezerra traia os eleitores de sua DIREITA, e receba esse vermelho como aliado. Me sentiria decepcionado, se isso acontecesse
Melhor não...