O senador Cid Gomes (PSB) rompeu com o governador Elmano de Freitas (PT). A informação foi divulgada neste sábado, 16, pelo colunista Erivaldo Carvalho, do portal O Otimista, e confirmada por fontes ouvidas pelo O POVO.
"Ele não concorda com essa postura e deverá tomar rumo em uma agenda individual, descompromissada com o governo", contou uma pessoa do entorno dos envolvidos, que preferiu não se identificar.
Conforme apurado pelo O POVO, o estopim para o rompimento foi a escolha por Fernando Santana (PT) para suceder Evandro Leitão (PT) na presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) sem Cid e aliados terem sido consultados.
Outra fonte ouvida pelo O POVO mencionou que o senador conversou com vários deputados aliados sobre o assunto e ponderou não ser uma posição partidária, mas individual, que "não estaria sendo tratado como deveria". "Ele apenas comunicou aos deputados", que, segundo relatou essa fonte, ainda não se reuniram.
O senador é um dos políticos que já questionaram a hegemonia do PT, que, a preço de hoje, acumula os comandos da Presidência da República, com Lula; o governo do Ceará, com Elmano; e, em 2025, a Prefeitura de Fortaleza, com Evandro.
Cid já havia antecipado ao O POVO que não estava a par das negociações sobre a eleição para a Mesa Diretora da Assembleia. Segundo ele, as articulações devem ser resolvidas a nível de Parlamento, mas "em harmonia com o Executivo".
Ao ser questionado sobre o nome do atual 1º vice-presidente da Alece, Fernando Santana, apoiado pela base aliada do governo na sucessão, o senador foi cauteloso.
"Eu não sou nem de uma nem de outra. O PSB não se posicionou, não fez nenhuma reunião, não tem uma posição formal em relação a isso. Não me pediram, eu não tenho conhecimento. Sou um integrante do PSB. Eu estive com os deputados estaduais, a pedido deles, ontem [segunda-feira, 11], e os assuntos que eles trataram comigo foram outros, não foi da presidência da Assembleia. Eu não tenho posição sobre isso", afirmou Cid na terça-feira, 12.
No mesmo dia, o senador disse não ter rusgas na relação com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT). "A gente tem respeito um pelo outro, enfim, manteremos sempre a nossa relação de amizade, no que depender de mim", afirmou. Na ocasião, ele disse que integra o mesmo projeto e continua achando que é o melhor para o Ceará. Fato que muda neste sábado, após rompimento com governo Elmano.
O POVO contatou as assessorias do senador Cid Gomes e do governador Elmano de Freitas, mas não houve retorno até a publicação deste texto, que será atualizado quando as respostas forem enviadas.
Com informações de Guilherme Gonsalves e Henrique Araújo