Nesta tarde de sábado (03.08), o PT realizará suas convenções municipais em Juazeiro do Norte e em Caririaçu, municípios da Região Metropolitana do Cariri (RMC) cearense. Duas convenções e uma contradição encarnada por um único personagem: o deputado estadual Fernando Santana (PT).
O PT e seus partidos satélites fizeram um estardalhaço sobre a pré-candidatura do deputado estadual Davi Macedo (MDB) para a Prefeitura juazeirense. Tal propositura era, segundo eles, uma flagrante constatação de uma traição ao governo estadual pelo fato de Davi ser da base. A pressão, aliada aos acordos de bastidores, foi tão grande que Davi retirou seu nome da disputa, passando de possível traidor a grande aliado. O anteriormente possível "traidor" embarcou na onda petista para apoiar o pré-candidato Fernando Santana, vice-presidente da Assembleia Legislativa.
Mas enquanto a convenção petista juazeirense estará lançando o nome de Fernando para a disputa pela Prefeitura juazeirense, a convenção petista caririaçuense estará lançando o nome do vereador Acácio Leite ao Executivo local. O petista do município vizinho, entretanto, não terá o apoio de Fernando Santana, pois este já esteve em encontro da oposição declarando apoio à candidata do MDB, a vereadora Adriana Calixto.
Em outras palavras, Davi e o MDB lançarem pré-candidatura seria traição, mas o pré-candidato Fernando - que hoje é apoiado por Davi e pelo MDB - apoiar a pré-candidata de oposição ao seu próprio partido é considerado normalíssimo pelo PT e os seus partidos satélites. Nesse contexto, não falam sequer de infidelidade partidária.
Quanta HIPOCRISIA! Correntes em Davi, chibata em Acácio! É a tal da "democracia relativa".
Amanhã (04.08) será a convenção do MDB caririaçuense. O eleitorado local quer saber: Fernando estará mais uma vez presente apoiando Adriana Calixto ou sua presença na convenção da oposição ficará feia demais para o PT no Município?
Resumo: Fernando Santana tem permissão para trair, mas seus aliados não têm permissão nem para se arvorar como alternativa. Como é dito na velha política tradicional dos velhos esquemas sorrateiros, "Manda quem pode, obedece quem tem juízo".