Fundada em 15 de novembro de 1951, a Rádio Iracema do Cariri foi a pioneira da radiofonia em Juazeiro do Norte/CE.

Em 2002, a rádio foi adquirida pelo advogado Francisco José Vieira de Figueiredo Correia que, a partir de 2009, passou a arrendá-la a grupos e pessoas até chegar ao atual arrendador Júnior Duarte.

Logo no início de sua gestão, Júnior Duarte mudou o nome da rádio, já FM, para Sucesso FM e demitiu toda a equipe de radialistas com o argumento de que eram incompatíveis com a qualidade exigida pela nova direção, excetuando-se Natan Tavares que ficou responsável por montar os noticiários Bom Dia Notícias e Repórter Verdade.

Com Francisco Biá, Jota Ribeiro, Carlos Juca e Cícero Nicácio, Natan foi responsável para levar ao público caririense e, particularmente, ao público juazeirense informações precisas e atualizadas. Mas tinha a política no meio do caminho. No meio do caminho tinha a política.

Para conseguir a renovação dos contratos publicitários com o governo estadual e a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALECE) - cujo vice-presidente é o deputado Fernando Santana (PT), mais conhecido no meio político como Promessinha -, Júnior Duarte oPTou por demitir, na última sexta-feira (12.07), Natan Tavares e sua equipe radiojornalística, pois, segundo o que informou, a linha editorial dos noticiários estava prejudicando a renovação dos contratos. Em outras palavras, para um bom entendimento, os interesses políticos do governo estadual em Juazeiro do Norte.

A renovação dos contratos equivale a muito dinheiro e a exigência dessa renovação foi meramente POLÍTICA, direcionada à pré-candidatura do petista Fernando Santana, o que configura nitidamente a utilização do dinheiro público para financiar antecipadamente uma campanha ao pleito eleitoral juazeirense.

A ingerência da máquina pública a serviço de um crime eleitoral, de um atentado à democracia, da prostituição da informação: eis o que assistimos hoje em Juazeiro do Norte.

É preciso que essa situação chegue ao Ministério Público Eleitoral e ao Tribunal de Contas do Estado, pois se trata do dinheiro do povo que está sendo colocado a serviço de um pré-candidato gerando desigualdade de condições no processo eleitoral.

A sociedade juazeirense tem que dar uma resposta a esse escancarado direcionamento político que demonstra claramente que a democracia, a liberdade de expressão, a verdade, a liberdade de imprensa e a hombridade são palavras e expressões vazias em um jogo desigual marcado pela força do poder político em forma de propina.

A Rádio Iracema, que já teve seu nome destruído e enterrado, não é mais que uma remota lembrança do pioneirismo radiofônico ciceropolitano. Em seu lugar, a Sucesso FM que, assim como os que de fora querem imprimir uma marca desassociada dos reais anseios do povo juazeirense, tropeça por fora da História dos que honram o trabalho radiojornalístico no Município.

Aqui jaz a imparcialidade da informação, já que radix malorum est cupiditas.