Na outra publicação, onde as piscinas aparecem em preto e branco, o vereador vai além em sua tentativa de desfigurar a realidade. Acima da imagem, coloca um texto em forma de denúncia e, acima do texto, uma logomarca que sugere ser uma reportagem do jornal O Povo. Nada mais falso. Ao lado da letra O, o vereador colocou a letra D, com uma linha bastante tênue e sem preenchimento, quase imperceptível para, em caso de uma ação judicial movida pelo meio de comunicação aludido, argumentar que a expressão é "DO POVO" e não "O POVO". Eis a malandragem da desonestidade.

O pequeno texto diz que o registro de consumo de água está no nome da Secretária Josy Lima (SEDEST) e que o prédio não possui alvará de construção nem licença do CREA, o que é verdade. Mas não diz, propositalmente, que o imóvel pertence à senhora Maria das Dores, sogra de Josy, como também não diz que a obra está parada há mais de um ano por falta de dinheiro. Da mesma forma, não diz que a residência foi sendo construída durante 13 anos.  ou seja, desde 2009, ano em que o imóvel foi suadamente adquirido, a duras penas e através de uma rígida economia. Nem poderia dizer, pois o objetivo do vereador em distorcer a realidade é criar artificialmente um fato político para desviar a atenção do desafio que lhe foi proposto pelo vereador Rafael Cearense.

Duplex de luxo de Márcio Joias (Fotomontagem/Fábio Souza Tavares)

Entretanto, o vereador que se propõe a ser baladeira da oposição nada mais é que telhado de vidro. Sua vida pregressa o condena. E não se trata da vida pessoal, pois, ao contrário dele que na sessão do dia 6 de julho de 2021 usou um fato da vida pessoal da acadêmica de Direito Letícia Leandro de Sousa para colocá-la contra o muro - recebendo uma resposta que o deixou desnorteado -, aqui não levanto aspecto da vida pessoal de ninguém.

O vereador, que recentemente falou de mansão no Umari e agora em triplex na Lagoa Seca, é o mesmo quem tem um duplex de luxo com uma piscina no primeiro andar situado na Avenida Castelo Branco no centro do bairro Novo Juazeiro. Esse duplex foi reformado e recheado de luxo durante o governo Zé Arnon em um período investigado pela Operação Arauntium (Laranja) que apontou Márcio Joias por estar à frente de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro com a utilização de laranjas. Como desdobramento da Aurantium, o vereador foi afastado por 180 dias da Câmara Municipal por decisão judicial. Pergunta: O dinheiro da reforma desse duplex de luxo veio da investigada lavagem de dinheiro?

Márcio é o mesmo vereador que também sonegou informações quando se registrou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) como candidato a vereador em 2020. Em sua declaração de bens constou somente um patrimônio de R$ 250 mil relativo a três imóveis residenciais, sendo que na mesma sessão em que foi confrontado pela acadêmica Letícia (06.07.2021) acabou confirmando publicamente que possuía vários prédios comerciais onde funcionavam "loja de carro", "salão de beleza", "material de construção", "vários apartamentos", "escritórios de advocacia" e até um "cabaré". Queima!

É preciso lembrar também que o vereador oposicionista responde a um processo por flagrante forjado que corresponde ao flagrante sofrido pelo youtuber João Paulo Teixeira Ramos em uma situação montada com antecedência para incriminá-lo.

Em toda essa polêmica do triplex que Márcio Joias procura levantar e viralizar nas redes sociais, o que  se vê, em verdade, é um laranjal irrigado com dinheiro público do povo juazeirense.