No colégio, quando uma pessoa era zoada e se irritava, a zoação aumentava. Isso porque a brincadeira atingia seu objetivo e a pessoa alvo da pilhéria, com a sua irritação, incentivava a continuidade da situação.
O Capitão Vieira, em relação ao Avança, está agindo como um estudante secundarista aborrecido com a zoação que o movimento faz em relação a algumas práticas do Legislativo juazeirense. A grande diferença é que o presidente da Câmara está assumindo uma postura autoritária.
Incorporando a democracia relativa de Lula onde o Estado Democrático de Direito só é válido para os que pensam iguais, ou seja, demonizando diferenças e posições contrárias, Vieira procura enquadrar judicialmente o Avança qualificando-o de Gabinete do Ódio. (Qualquer semelhança não é pura coincidência.)
Ora! O Avança, que não é um meio de comunicação e sim um movimento, apenas reproduz resumidamente notícias que outros sites publicam, fazendo isso de maneira irreverente e criativa.
Ao querer criminalizar os memes, Vieira vira motivo da criação de mais memes, assim como aquele aluno raivoso do colégio.
Uma personagem de um filme de Pasolini diz que entre uma brincadeira e outra muitas verdades são ditas. Charles Chaplin também escreveu sobre a brincadeira de dizer verdades. Antes deles, na Antiguidade Clássica, Aristóteles já dizia que o riso é a maior arma contra os tiranos.
Os memes do Avança têm avançado contra o autoritarismo de Vieira que, preocupado com o riso alheio, quer provocar a ação da Justiça contra a liberdade de expressão constitucional. Cabe a ele, então, provar o que existe de criminoso na arte de fazer rir, mesmo que esse riso seja arrancado de situações que fazem a verdadeira democracia chorar.
O Sovaco de Cobra se solidariza com o Avança. Rir é bom. Rir da tirania vestida de censura é bem melhor.