Quando o então presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, o vereador Darlan Lobo (à época PTB), foi acusado de ser chefe de uma quadrilha, tratou logo de ser o primeiro a colocar a assinatura em um pedido de CPI para investigar a si mesmo. Na ocasião, mostrou firmeza e convicção.
Hoje o atual presidente Capitão Vieira (MDB) está sendo alvo de acusações de manter servidores fantasmas no Legislativo juazeirense. Mas, ao invés de mostrar a Lei que regulamenta o número de assessores parlamentares e a folha de pagamento da Câmara para explicar ao povo juazeirense ou, no mínimo, aos seus eleitores a situação, tergiversa, ataca o governo municipal e ameaça meios de comunicação com uma postura reacionária digna do autoritarismo que diz combater.
Não é vergonhoso tomar a conduta reta de um colega parlamentar por exemplo. A não ser que haja um bom motivo para não fazê-lo. Por que o Capitão Vieira não segue o exemplo de Darlan Lobo e abre a discussão com documentos para o conjunto da sociedade em vez de se perder em discursos repetitivos, enfadonhos e persecutórios? Existem ou não fantasmas? O povo juazeirense precisa de respostas.
Na sessão da última terça-feira (30.04), o presidente Capitão Vieira disse que os denunciantes não o procuravam para pedir explicações. Na manhã do dia seguinte entrei em contato com o presidente via WhatsApp, no que fui respeitosamente atendido, solicitando informações sobre os assessores parlamentares. Entretanto, a resposta foi que eu deveria procurar o setor de protocolos. Então para que procurar o presidente?
Em uma de suas falas na supracitada sessão, o presidente também disse que algumas pessoas se passam por imprensa sem serem imprensa. Acredito que não se referiu a este editor que ora escreve, já que fiz curso de radialista, recebi a identidade funcional de radialista, tive programas de rádio e TV e decidi rumar na Comunicação por conta própria para manter a integridade daquilo que a credito ser inegociável.
A Câmara Municipal, que na gestão do Capitão Vieira se tornou um ringue encarniçado de venais pretensões sombrias, precisa de TRANSPARÊNCIA. E também de ausência de renitência para deixar de ser um cenário político da indignada indigência... política, é claro.