Está em processo no Ceará uma das maiores perseguições políticas da nossa História.
Movido por sua megalomaníaca hegemonia histriônica, o PT se mostra incapaz de conviver com quem destoa de sua cartilha e seus dogmas políticos e ideológicos. Quando não consegue comprar os opositores com o canto da sereia que se derrama em verbas e propinas, procura destruí-los com a veemência do sectarismo antirrepublicano passando por cima do que é legal e inconstitucionalmente inventando suas próprias leis com o apoio de uma parcela militante do Judiciário.
Como o prefeito Glêdson Bezerra (PODE) não se rendeu ao canto da sereia, o que era esperado aconteceu. E está acontecendo.
Não que a operação sobre a MM não fosse esperada. Como o próprio Glêdson falou, o presidente da Câmara Municipal juazeirense já tinha alertado o vereador Beto Primo (PSDB) como forma de intimidá-lo e forçá-lo a se afastar do gestor municipal, o que não ocorreu. A questão central é quando e como a operação aconteceu e está acontecendo.
Em um dia, o vice-presidente da Assembleia Legislativa e pré-candidato à Prefeitura de Juazeiro do Norte, Fernando Santana (PT), diz que Glêdson não tem condições de estar à frente da Prefeitura. Na manhã seguinte, a operação é deflagrada. Na mesma tarde, a oposição, amplamente majoritária na Câmara, faz eco às palavras de Fernando. Uma cronologia tão cirurgicamente sincronizada que mostra à população juazeirense o que está por trás dos acontecimentos.
É curioso a deflagração da operação em pleno curso pré-eleitoral, a rapidez dos desdobramentos de uma investigação sobre uma possível fraude licitatória que diminuiu em mais de 50% os custos da limpeza pública juazeirense. Ao mesmo tempo, pergunta-se: Qual o resultado da fraude do Juaforró, no governo Raimundão, que somou 77 anos de prisão para os envolvidos? Qual o resultado do sequestro com tortura e quase assassínio de Gilvan Luiz, editor do Sem Nome, no governo Santana? Qual o resultado da operação do Ministério Público e da Polícia Federal que constatou desvios de verbas para a eleição do ex-deputado Pedro Bezerra, no governo Arnon?
Como diz o ditado, o pau que dá em Chico tem que dar em Francisco. Que a investigação siga seu curso. Que as coisas sejam esclarecidas. Mas o modus operandi está deixando transparecer que o espetáculo foi montado.