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Política

Quem são os vereadores que devem trocar de partido em Fortaleza durante a janela partidária

Levantamento do Diário do Nordeste mostra quais parlamentares com mandato sinalizaram que irão sair dos seus partidos ou têm destino certo.

Publicada em 10/02/24 às 04:21h - 827 visualizações

Bruno Leite, DN


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Quem são os vereadores que devem trocar de partido em Fortaleza durante a janela partidária
Movimentações ocorrem em período permitido pela Justiça Eleitoral  (Foto: Érika Fonseca)

Assim como no mercado do futebol, a atração de reforços é importante no mundo político, sobretudo em um ano eleitoral como 2024. Assim, ao menos nove parlamentares da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) já sinalizaram que irão deixar seus atuais partidos ou contam com destinos certos, bastando apenas a abertura da janela partidária.

Durante o período, que vai de março a abril, estipulado assim pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), políticos com mandatos eletivos proporcionais - neste caso, vereadores - poderão mudar de legenda sem que percam suas cadeiras no Parlamento.

Na capital cearense, seja pelas disputas políticas observadas ao longo de 2023 ou pela busca de agremiações com maior envergadura, alguns dos interessados em usufruir do benefício concedido pela Justiça Eleitoral demonstram o intento desde o ano passado.

Com base nestas demonstrações e em declarações de lideranças partidárias, o Diário do Nordeste fez um compilado sobre as movimentações, elencando o que já está certo até aqui.

METADE DA BANCADA

Partido Liberal, por exemplo, pode perder metade da atual formação na Casa, uma vez que os vereadores Bruno MesquitaAna Aracapé e Tia Francisca explicitaram a vontade de sair do quadro de filiados. A questão se tornou pública em janeiro, quando Mesquita revelou a questão. 

"Como já anunciei na tribuna, o PL que fui convidado era o do deputado Júnior Mano e do prefeito Acilon Gonçalves, como eles não estão no comando do partido, já avisei que, quando abrir a janela partidária, irei sair e procurar outro destino", disse o liberal na ocasião.

Ao que disse o vereador, a agenda política que defende é “antagônica” à do pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo seu partido, André Fernandes. “A candidatura do André não me atende em nenhum quesito. Não me sinto representado pelo deputado. Não tenho ligação com 'candidatos de internet', tenho com candidatos que fazem alguma coisa pelo povo, que têm um projeto político para a cidade”, salientou, afirmando que a discordância não tem nenhum cunho pessoal. 

A mesma postura foi adotada pela vereadora Tia Francisca, que manifestou, através da sua assessoria de imprensa, o desejo de pedir a desfiliação do partido. "Estou analisando o cenário e avaliando qual a melhor opção. De fato, não permaneço no PL, mas ainda não sei qual será nossa próxima sigla", informou por meio de nota.

Ana do Aracapé também alegou naquela época que iria se despedir do PL. "Estou ainda naquele trâmite de avaliação", declarou à reportagem. "Com certeza eu saio do PL", falou, revelando que já havia iniciado conversas com outras legendas. "A Priscila (Costa) permanece e o Inspetor (Alberto) também", avaliou.

Segundo ela, sem detalhar o assunto, são muitas as motivações para a mudança. Aliada do prefeito de Aquiraz, Bruno Gonçalves, a parlamentar comentou que ainda não teve um encontro para tratar o tema. "Ainda não conversei com o Acilon. Tenho uma proximidade muito grande e até aguardo pela conversa com ele, principalmente com o filho dele, o Bruno Gonçalves", completou. 

Naquela época, nas palavras de Ana do Aracapé, uma coisa seria certa: a sua permanência na base do governo pedetista. "Sou gestão, 100% gestão Sarto. Minha preferência é ir para um (partido) totalmente na base", definiu a entrevistada, confirmada depois no Partido Democrático Trabalhista (PDT).

PDT GANHA MAIS FILIADOS

No dia 12 de janeiro, durante uma reunião do diretório municipal do PDT, o nome de Aracapé foi anunciado como uma futura filiada. Ela ingressa junto com vereador licenciado Fábio Rubens (PSB) e com Kátia Rodrigues (Cidadania). 

Rubens é secretário da Regional VIII desde março do ano passado, quando o Partido Socialista Brasileiro (PSB) era aliado do Governo Municipal. 

A conversão de Rodrigues ao pedetismo, em especial, era ventilada nos bastidores desde outubro do ano passado, quando uma comissão de tática da eleição proporcional foi criada para articular candidaturas que possibilitem a agremiação a eleger o maior número de membros no Parlamento municipal.

Na data do encontro da cúpula trabalhista de Fortaleza, Alexandre Pereira, presidente estadual do Cidadania e secretário de Turismo de Fortaleza, estava presente. 

BAIXAS NO PDT

Apesar dos acréscimos, uma dupla está de saída do PDT: os vereadores Júlio Brizzi e Ana Paula. Ambos estiveram envolvidos no conflito entre alas pedetistas, protagonizado por grupos liderados pelo senador Cid Gomes e pelo deputado federal e dirigente nacional André Figueiredo, e também pediram cartas de anuência durante a reunião em que dezenas de correligionários solicitaram o direito de sair sem perder seus mandatos.

Ao que disse a própria Ana Paula, no dia 1º de fevereiro, ela e Brizzi devem ir para o PSB que, no último domingo (4), filiou o própio Cid, uma legião de prefeitos cearenses e a secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), Izolda Cela.

"Nós vamos com o senador Cid para onde ele for. Se for PSB, a gente vai. Se for para ir compor chapa de vice-prefeitura a pedido dele, nós iremos. Se for pra compor chapa em outro partido, também. Ele é nosso líder maior e o que ele determinar nós iremos", discorreu a parlamentar.

INCOMPATIBILIDADES E RAZÕES IDEOLÓGICAS

Entre as entradas e partidas, o PL perderá um vereador, pois Julierme Sena (União) deverá, conforme disse, por motivos ideológicos, alterar a rota para fortalecer a campanha do deputado federal André Fernandes, pré-candidato liberal ao Paço Municipal. 

"Tenho conversado com alguns partidos, especialmente com o PL, pois, do ponto de vista ideológico, se assemelha ao que penso, ao que realmente prego em minha atuação política", acenou Julierme, ponderando que a possibilidade será tratada de maneira oficial próximo da data de abertura do prazo. "Se sair, irei, provavelmente, para o PL", finalizou.

Em outubro do ano passado, Estrela Barros (REDE) também comentou sobre a mudança de casa. "Eu já estou vendo a questão de procurar um outro partido. Estamos pensando ainda", revelou. 

O destino de Estrela, segundo a própria, está quase certo. "Não tenho muito o que esconder, até porque é o partido que eu tenho visto a possibilidade ainda, que é o PSD", disse. A falta de aproximação com a atual legenda, a identificação com a casa almejada e o convite do deputado federal Luiz Gastão (PSD) estariam sendo determinantes para a decisão.

Questionada novamente sobre o assunto durante a sessão solene que marcou a abertura dos trabalhos na Câmara, ela esclareceu que ainda não bateu o martelo sobre o seu destino e que irá falar publicamente sobre o assunto apenas no momento oportuno, em março.




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