Dizem que é bom não ressuscitar defuntos, pois eles podem trazer pesadelos. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), o homem de uma só canção. Blowin' In The Wind, de Bob Dylan, descobriu isso ontem (05.12) ao ir à JBS, em São Paulo, cobrar explicações de Wesley Batista, o amigo de Lula, sobre o que ele quis dizer sobre a mesada de R$ 200 mil que dava à Marta Suplicy (PT-SP), agora de volta ao reduto partidário.
Joesley, como um bom anfitrião, não recebeu o petista, mas mandou seus advogados conversarem com ele. O empresário da Lava Jato sabia que a atitude do empresário vereador petista não condizia com a experiência de 82 anos do mesmo, pois tal cobrança só serviria - como serviu - para dessepultar o defunto que trouxe à imprensa novamente a imagem da Marta Suplicy propineira. Joesley, como bom entendedor, não quis ser coadjuvante do ato pueril protagonizado pelo ainda adolescente e milionário socialista Eduardo.
Dizem que quando velho, voltamos a ser crianças e, muitas vezes, agimos sem medir as consequências. Acredito que isso possa soar como uma afirmação etarista. Mas, nesse caso específico da ida de Suplicy à JBS para cobrar tal explicação, ela acabou sendo uma verdade.
Suplicy, o homem que perdeu a mulher amada sem por ela perder o amor, pensou que estaria socorrendo-a correndo à empresa de Joesley, já que Marta agora é pré-candidata a vice na chapa de Boulos (PSOL-SP). Mas, como um bom bombeiro louco, tentou apagar o incêndio com fogo.
CAIXA 2 E PROPINA
Segundo delação premiada à Lava Jato, em 2017, Joesley Batista disse que foi procurado por Palocci (ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil de Lula) para doar R$ 1 milhão para a campanha de Marta Suplicy ao Senado em 2010. O empresário disse que pagou R$ 500 mil oficialmente e R$ 500 mil através de caixa 2.
Já para a eleição à Prefeitura de São Paulo, ocasião em que a ex-prefeita da capital paulista perdeu pela 3ª vez a disputa pelo Executivo paulistano, Joesley disse que deu uma mesada de R$ 200 mil para Marta durante 15 vezes, totalizando R$ 3 milhões de reais. Segundo o dono da JBS, o repasse era pelo fato dela ser senadora.
Dizem que brasileiro tem memória curta, mas Eduardo Suplicy, ou por pura solidariedade ou por ainda nutrir o desejo de reconquistar o coração da amada, fez questão de reavivar a memória de quando a agora apontada pré-vice-prefeita, a preferida de Lula, era propineira.
Dizem que quem tem sorte no jogo, tem azar no amor. Acredito que no jogo da política Eduardo deu uma no azar. Por outro lado, depois desse furo encaroçado, sua amada o perdoará?